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Em dia de reunião do Copom, centrais sindicais protestam contra alta dos juros em frente ao BC

Ato acontece no dia em que começa a nova reunião do comitê que definirá taxa Selic. Mercado financeiro espera por alta

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Trabalhadores se reuniram na Avenida Paulista, em frente ao Banco Central - Roberto Parizotti/CUT

Representantes de cinco centrais sindicais realizaram nesta terça-feira (14) um protesto contra juros altos e aumento do custo de vida em frente à sede do Banco Central em São Paulo. O prédio fica na Avenida Paulista, região central da cidade. O ato acontece no dia em que começa a reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) que deve definir novo aumento na Taxa Selic.

“Não temos dúvida que, na cabeça do Bolsonaro e do Paulo Guedes, de novo a taxa de juros vai subir. A cada ponto [percentual] que a taxa de juros sobe, quase R$ 40 bi são retirados da população mais pobre e são remetidos para os banqueiros, o sistema financeiro. É um crime o que está acontecendo no país, o povo está passando fome, dormindo nas calçadas, o desemprego já chegou em milhões de lares brasileiros. Não podemos ficar calados sobre isso”, afirmou Sérgio Nobre, presidente nacional da CUT.

“É importante realizarmos atos em todas as regiões, visando alertar a sociedade sobre a perversa situação que o Brasil atravessa, principalmente os menos favorecidos economicamente”, complementou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.

Bancos esperam alta da Selic

A decisão do Copom sobre a taxa de juros será anunciada nesta quarta-feira (15), no fim do dia, após dois dias de discussões. De acordo com o último Boletim Focus do BC, analistas do mercado financeiro esperam uma alta de 0,5 ponto percentual, com a Selic passando dos atuais 12,75% para 13,25% ao ano, permanecendo nesse patamar até 2023.

Na última reunião, a taxa de juros subiu de 11,75% para 12,75%, décimo aumento seguido. Na ocasião, os integrantes do Copom haviam sinalizado em ata a possível manutenção da taxa de juros em 12,75% nesta reunião de junho, o que encerraria o ciclo de altas que teve início em março de 2021. Porém, as expectativas em relação à inflação pioraram, o que pode levar a uma nova alta.

Organizado pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central e União Geral dos Trabalhadores (UGT), o ato também denunciou outros problemas enfrentados pelos brasileiros, como desemprego, fome, carestia, inflação e preços da gasolina e do diesel.

Edição: Felipe Mendes