Minas Gerais

ÓDIO

Artigo | Quando matar é política de governo

O que pode salvar este país é investirmos nas pessoas

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
O lastro de sangue deixado pelo líder desse desgoverno desconstrói tudo o que antes garantia vida - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Bolsonaro não mentiu quando ameaçou a fuzilar os petistas em comício realizado no Acre, em setembro de 2018. Foi nessa ocasião, que o ele usou um tripé de câmera como se fosse uma metralhadora e simulou um fuzilamento. 

As balas que ele não atirou naquela ocasião estão fazendo suas vítimas ao longo de todo o seu governo. Qualquer um que não seja favorável à instalação de uma nova temporada da Idade Média, torna-se alvo.

Além de serem vitimadas pela fome, pela falta de ar, as pessoas também são agredidas por causa de sua etnia ou gênero, opção política e até profissão, como acontece com os professores, jornalistas, profissionais da saúde que se tornaram mártires na luta contra a covid e todos aqueles que defendem os direitos humanos. 

O lastro de sangue deixado pelo líder desse desgoverno desconstrói tudo o que antes garantia vida. Ele tenta tornar todos descartáveis.

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Mas nós, pacificamente, resistimos. Enquanto ele quer dar aos agentes de segurança pública licença para matar jovens pretos nas periferias, para dizimar os povos indígenas, os integrantes das comunidades LGBTQUIA+, as mulheres, os militantes progressistas e os petistas, continuamos rejeitando a violência.

Rejeitamos a retórica do olho por olho, dente por dente. Somos fraternos, queremos garantir o direito à vida.

Quando fui prefeito de Betim, levei cinco tiros enquanto discutia o orçamento participativo da educação, em uma escola municipal.  Se tem alguém que sofreu na pele a dor que a violência na política pode causar, essa pessoa sou eu.  Mas nunca defendi o armamento. Não matarei ninguém. Irei, no entanto, continuar lutando pela vida.

O que pode salvar este país são os investimentos no que temos de mais valioso: o povo brasileiro.

Precisamos garantir que nossas crianças voltem a se vacinar, que voltem a ter leite, a fazer esporte, a ir para boas escolas públicas. É preciso voltar a oferecer empregos dignos para as pessoas. Trabalho sem direitos, trabalho por dinheiro que não paga nem o pão de cada dia tem nome: escravidão. E quem é escravo não vive. Fica se arrastando pelo mundo, tendo que trabalhar o dia todo em troca de migalhas. 

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Viver é ser alegre. É se divertir, é experimentar cultura, é dançar, cantar, caminhar por áreas verdes, bem cuidadas. Não podemos mais continuar fingindo viver.

Não há polarização quando um lado só morre. Não estamos em uma guerra. Estamos em um massacre. De que lado da história você está?

Jésus Lima é ex-prefeito de Betim

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Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal.

Edição: Elis Almeida