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ANTIRRACISMO

Artigo. Por que enaltecer a mulher negra, latino-americana e caribenha?

Desde os séculos coloniais, as mulheres negras empreendem lutas que desenham a macro-política antirracista

08.ago.2022 às 16h15
Salvador (BA)
Gilene Pinheiro

Diversas fontes de dados mostram que as mulheres negras ainda são as que mais morrem vítimas de assassinato (66%, Atlas da Violência, 2019) - Giorgia Prates

Enaltecer é uma palavra cujo significado é exaltar, elevar, louvar, valorizar, etc. Na sociedade burguesa que se estabeleceu após a implementação do escravagismo e de sistemas de classe hierárquicos pautados pela Europa como centro universal, somente um modelo de ser humano bastante delimitado vinha sendo exaltado: o branco, heterossexual, arraigado a alguma matriz religiosa europeia e preferencialmente detentor de capitais.

Entretanto, com a ascensão de outros grupos sociais a novas posições, operou-se uma verdadeira desestruturação desse homem ideal, cujo objeto de exaltação fora desvelado ao mundo que hoje é capaz de pensar criticamente a quem destina reconhecimento.

As décadas finais do século 20 foi marcada pelo começo de uma análise sistêmica sobre a condição das desigualdades enfrentadas pelas afrodescendentes dos países caribenhos e latino-americanos.

Desde então têm se intensificado os movimentos sociais que reivindicam melhores condições de trabalho e a promoção do acesso a diversos direitos sociais para o grupo mais marginalizado das sociedades sul-americanas e caribenhas: o das mulheres negras.

Cumpre ressaltar que esses movimentos por reconhecimentos têm raízes históricas longínquas assentadas em nomes de verdadeiras sobreviventes de sua época. Desde os séculos coloniais, as mulheres negras empreendem lutas que desenham a macro-política antirracista. Como bem pontuado pela fundadora da ONG Crioula, a médica afro-brasileira Jurema Werneck, “nossos passos vêm de longe”

Assim é que no Brasil destacou-se a atuação de Tereza de Benguela, chefe do Quilombo do Piolho (atual fronteira entre Brasil e Bolívia), local onde negros e indígenas, sob a tempestividade de sua liderança, resistiu ao sistema escravagista por mais de duas décadas. Sua atuação ia além da esfera da resistência armada, Tereza organizou em sua comunidade um sistema democrático, com instituição de parlamento e o cultivo de diversas culturas agrícolas.

Destaca-se na ilha caribenha das Bermudas a atuação de Mary Prince, escritora do livro “Narrativa Escrava: A história de Mary Prince”, cuja obra veio a figurar no que se tornou um amplo gênero literário entre as colônias de dominação britânica. Nesse sentido, mostra Maria Clara Sales Carneiro Sampaio que:

“O gênero literário, em verdade, abrange grande variedade de experiências escravas. Muitas vezes, os autores e autoras das narrativas escravas eram nascidos livres nas Américas que, mais tarde, sofreriam processos ilegais de escravização.” (SAMPAIO, pág.302, 2022)

Das experiências individuais dessas mulheres é perceptível o legado deixado à população negra das ex-colônias do continente americano, o qual, ainda não é tratado com o respeito digno de sua magnitude.

No Brasil a organização das mulheres negras em torno de seus interesses tem início no século 19 por meio da criação de associações e irmandades, que tiveram fundamental importância na afirmação das culturas e religiosidades afrodescendentes.

Já no século 20, mais precisamente na década de 1950, ocorre a fundação do Conselho Nacional das Mulheres Negras do Rio de Janeiro, marco histórico para o desenvolvimento de um feminismo negro no país. Duas décadas mais tarde, nos anos de 1970, inicia-se o Movimento de Mulheres Negras (MMN) com foco voltado para os problemas enfrentados especificamente sob um olhar conjunto sobre gênero e raça.

As décadas de 1980 e 1990 assistem à qualificadíssima produção científica de pensadoras como Lélia Gonzalez e Sueli Carneiro que, por meio de um exame crítico da sociedade nacional, desvela o racismo contra a mulher negra em suas formas mais sutis.

A redemocratização do país e o avanço da pauta antirracista consubstanciada pela implementação da política de cotas causa uma verdadeira explosão do debate de raça e gênero, causando impactos perceptíveis em todo o território nacional, a exemplos da explosão de vendas de obras como “Pequeno Manuel Antirracista, (2020)”, da filósofa Djamila Ribeiro, da Marcha das Mulheres Negras em 2015 e de outros acontecimentos inéditos na história brasileira que demonstram a atualidade e necessidade da luta contra as opressões de raça, classe e gênero no Brasil.

Contudo, tanta história e momentos emblemáticos não culminaram no apaziguamento do racismo contra a mulher negra no Brasil. Diversas fontes de dados mostram que as mulheres negras ainda são as que mais morrem vítimas de assassinato (66%, Atlas da Violência, 2019) são as mais mal remuneradas, independente da escolaridade, pelos mesmos serviços prestados por homens e mulheres brancos, bem como por homens negros (IBGE).

Atualmente, a crise econômica acentuada e a escalada inflacionária no Brasil deixaram as mulheres negras ainda mais vulneráveis. Aqui, a figura do chefe do lar, embora seja vendida nos moldes do patriarcado branco, é corporificada pela mulher negra que, em sua maioria é vítima de má-remuneração e do desemprego estrutural, precisando, portanto, batalhar como suas ancestrais do período colonial, para manterem a organização de seus lares e comunidades diante de todas as adversidades e violências.

São essas mulheres que exaltamos e devemos exaltar.

São a elas que destinamos a devida a atenção à efetivação de seus direitos à dignidade humana, a moradia, a renda, a educação, saúde, dentre outros que, somente quando disponíveis a todos, sem exceção de raça, classe e gênero, simbolizam o verdadeiro estágio de desenvolvimento social e humano de uma nação.

Editado por: Pedro Carrano
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