Eleições 2022

Críticas a Ratinho Jr. marcam o primeiro debate ao governo do Paraná

Este é o primeiro encontro entre candidatos e candidatas antes do início da campanha eleitoral

Paraná |
Band Paraná realizou o primeiro debate entre candidatos e candidatas ao governo do Paraná - Reprodução/internet

Pedágio, educação, desemprego e fome foram os temas de destaque do debate promovido pela Band Paraná entre os candidatos e candidatas ao governo do Paraná neste domingo (7).  Apenas o atual governador e candidato Ratinho Jr., do PSD, não compareceu e críticas à sua gestão foram unânimes nas perguntas e respostas feitas entre os participantes.

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Participaram a candidata Professora Ângela, do PSOL; Adriano Teixeira (PCO), Professor Ivan (PSTU), Joni Correa (DC), Ricardo Gomyde (PDT), Roberto Requião (PT), Solange Ferreira Bueno (PMN) e Viviane Motta (PCB).

O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Roberto Requião, usou seu tempo destinado à apresentação para destacar a ausência de Ratinho Jr. no debate. “O Rato não veio ao debate. Ausente no debate como é ausente no governo do estado cumprindo um projeto de destruição da educação e sendo adversário dos trabalhadores. Abusou das tarifas de energia elétrica e de água para dar lucros a acionistas, muitos que nem moram no Brasil,” disse o ex-governador do Paraná.

A educação no Paraná foi o principal destaque entre as perguntas entre os candidatos e, mais uma vez, com críticas à gestão Ratinho Jr. A candidata do PSOL, Professora Ângela, destacou que o atual governo tornou a educação como mercadoria. “Ratinho Jr. contratou a empresa Unicesumar, mais uma vez enchendo o bolso dos empresários. Além disso, colocou como secretário um empresário que nada entende de educação. Por isso, já nos comprometemos que iremos revogar os contratos com empresas e vamos priorizar concursos públicos."

Na réplica sobre propostas para educação, Professor Ivan, do PSTU, disse que a militarização das escolas, projeto implementado pelo governador Ratinho Jr., é contrário ao que se entende por educação. “A militarização das escolas levou uma concepção às escolas de autoritarismo desde o não diálogo com os estudantes e professores. Defendemos a suspensão da dívida pública aos banqueiros para ter o dobro de recursos para educação, realização do concurso público, formação continuada e o fim imediato da militarização.”

Pedágios

Outro tema que marcou o debate em todos os três blocos foi a respeito dos contratos de pedágios. Requião lembrou que quando foi governador resistiu ao aumento dos pedágios. “Duas vezes eu recusei aumento do pedágio, mesmo que o Ministério Público tenha feito a defesa pelo aumento. O pedágio no atual governo estadual é o maior roubo. Hoje todo mundo sabe que o pedágio é um grande roubo porque não fizeram concorrência por causa de uma lei que impedia prorrogação dos contratos. Temos que resolver problemas das estradas com parcerias e vamos fazer o pedágio público com tarifas extremamente reduzidas.”

Ricardo Gomyde, candidato do PDT, destacou que não houve mais aumento devido à pressão da sociedade civil. “A reação da sociedade civil organizada e também dos deputados que rejeitaram essa proposta absurda do aumento do pedágio. Não há, hoje, qualquer manutenção nas estradas e, sim, é possível fazer um pedágio mais barato,” defendeu.

Já a candidata do PSOL, Professora Ângela, disse que a proposta da sua candidatura é acabar com os pedágios. “Nossa proposta é rodovias livres de pedágio. Temos a experiência de empresas que burlavam contratos e resultava para nós, tarifas altíssimas. É preciso inverter as prioridades, passar a taxar os grandes empresários e acabar com a farra das isenções ficais. Em nosso governo teremos rodovias livres de pedágios.”

Desemprego e fome

As conseqüências da pandemia para a população com a miserabilidade e desemprego também foi um tema pautado pelos candidatos e candidatas. Para a candidata Viviane Motta, do PCB, é preciso ter transparência nos dados e propor planos emergenciais. “Temos mais 1 milhão de pessoas na extrema pobreza e milhares de desempregados e temos que ouvir de Ratinho Jr dizer que somos o estado com menos desempregados, porém não é transparente em dizer que os paranaenses foram os que mais encolheram a sua renda. É preciso fazer programas emergenciais como reforma agrária, programas de emprego emergenciais em obras, expropriação de terras produtivas e concursos públicos,” defendeu.  

Gomyde, do PDT, em sua réplica, defendeu um programa de renda mínima. “Concordo também que é preciso de programas emergenciais, fazer um programa de renda mínima no Estado que recoloque as pessoas no mercado de trabalho, usando, por exemplo, recursos da publicidade usados de forma vultosa pelo atual governador do Paraná.”

Já a candidata do PMN, Solange Ferreira Bueno, destacou que empresas faliram e não tiveram apoio do governo estadual. “Na pandemia, Ratinho Jr ficou indiferente a essa problemática das empresas que fecharam durante a pandemia. Portanto, é preciso urgente fazer políticas de micro crédito para famílias e incentivo fiscal para empresas que quiserem vir ao Paraná,” propôs.  

Segurança

Adriano Teixeira, candidato do PCO, defendeu a extinção total da polícia e a organização da população em comitês de segurança. “Defendemos a extinção da política que a população em bairros se organize localmente, escolhendo pessoas para serem responsáveis pela segurança,” propôs.

Requião lembrou que em seu governo fez as patrulhas vinculadas aos bairros. “Tivemos essa experiência vinculando a polícia com a comunidade. Então, o filho da Dona Maria era conhecido pelo policial no bairro e não seria confundido. Mas, eu defendo a polícia militar paranaense, espero que possamos voltar a ter uma polícia exemplar para o país. O que acontece agora é que há falta de gestão para a nossa polícia.”

O candidato do DC, Joni Correa, chegou a dizer que “pessoas de esquerda defendem o uso de drogas” e por isso defendeu o policiamento em escolas. “Estamos vendo uso de drogas dentro das escolas, gente de esquerda defendendo o uso licito de drogas e nas escolas fica pior com o esquerdismo dentro das escolas. Para isso, é necessário fazer policiamento ostensivo nas escolas que geralmente é o centro da distribuição.”

Direito de resposta 

Joni Correa, reiteradas vezes fez ataques à candidata do PCB, fazendo críticas ao nome e à concepção do partido e sua proposta de ocupação de imóveis vazios, levando a mesma a ganhar dois direitos de resposta.  “Você faz defesas abstratas do que é a família paranaense, a família tem cor, classe e estão nas ruas. Quando tiver famílias nas ruas, ocupar imóveis vazios é um direito constitucional,” disse Viviane Motta, candidata ao governo pelo PCB.

Fonte: BdF Paraná

Edição: Lia Bianchini