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Notificações de casos da varíola dos macacos (monkeypox) sobe para 38 em Pernambuco

Entre pacientes do sexo masculino e feminino, há 30 casos em investigação, 7 confirmados e um descartado

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Não há evidências de que haja transmissão local da monkeypox no Estado - OMS

O número de notificações da varíola dos macacos subiu para 38 em Pernambuco, segundo os dados mais recentes divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância à Saúde (Cievs-PE) soma 30 casos em investigação, 7 confirmados e um descartado. 

A pasta informa que, até o momento, não há evidências de que haja transmissão local da monkeypox no Estado. Isso significa que nenhum dos pacientes confirmados aparentam ter se infectado no país, mas sim com alguém que trouxe o vírus do exterior. 

As sete confirmações são de pacientes que moram nos municípios de Recife (3) e Jaboatão dos Guararapes (2), além de mais duas pessoas de outros estados, Rio de Janeiro (1) e São Paulo (1). Todos são do sexo masculino e têm as faixas etárias de 20 a 29 (3), 30 a 39 (1) e 40 a 49 (3). Os casos não são graves: os pacientes não precisaram de internamento e estão em isolamento domiciliar.

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Os 30 casos investigados são de residentes de Recife (14), Limoeiro (5), Paulista (2), Abreu e Lima (1), Araçoiaba (1), Camaragibe (1), Gameleira (1), Ipojuca (1), Jaboatão dos Guararapes (1), Petrolina (1), Timbaúba (1) e São Paulo (1) - sendo 25 do sexo masculino e 5 do feminino. As idades vão de 10 a 19 (4), 20 a 29 (12), 30 a 39 (9), 40 a 49 (3) e 50 a 59 (2). As equipes de vigilância epidemiológica de cada município estão acompanhando os casos.

Os testes coletados estão sendo encaminhados para o Laboratório de Enterovírus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) , no Rio de Janeiro - referência para o diagnóstico da monkeypox - e para o Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE).

Médico e chefe do setor de Infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), Demétrius Montenegro destaca a importância do cumprimento do isolamento em casos suspeitos, assim como a responsabilidade de cada pessoa. 

"De forma diferente de como ocorre com o coronavírus, não se trata aqui de um isolamento, propriamente, respiratório, já que é necessário um contato muito próximo e direto com a pessoa contaminada. Nesse surto, o modo de transmissão é de pessoa para pessoa, então, o problema é o contato com as lesões contaminantes e com a exposição direta às gotículas respiratórias contendo o vírus", falou.

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Ele também tratou do cuidado que o profissional de saúde deve ter para não reproduzir estigmas relacionados à doença. "De forma geral, estamos ressaltando aqui o contato físico próximo como fator determinante para a transmissão do vírus e isso inclui, também, o contato ou a relação sexual, mas não apenas ela. É necessário que trabalhemos contra qualquer forma de preconceito ou estigma que essa infecção possa causar. Não se deve apontar o contato sexual como um fator determinante ou único de disseminação do vírus, mas sim qualquer contato", afirmou.

A Secretaria de Saúde emitiu nota técnica em junho para os serviços de saúde das redes públicas e privada com diretrizes para vigilância, acompanhamento e manejo clínico de casos suspeitos e confirmados da monkeypox em Pernambuco. 

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Pacientes com quadros graves deverão ser encaminhados (via Central de Regulação de Leitos do Estado) para as unidades de referência em doenças infectocontagiosas do Recife: Hospital Correia Picanço, na Tamarineira, Zona Norte da capital; Hospital Universitário Oswaldo Cruz, em Santo Amaro, área central; e Hospital das Clínicas, no Derby, área Central.

A doença

A varíola dos macacos é causada pelo vírus hMPXV (Human Monkeypox Virus, da sigla em inglês) e é uma doença mais leve que a varíola mais conhecida, a smallpox, erradicada na década de 1980. 

A monkeypox é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode ser por abraço, beijo, massagens ou relações sexuais. Também é transmitida por secreções respiratórias e pelo contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies utilizadas por quem está doente.

Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado e a observação das lesões. O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/AIDS, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.

Sintomas

Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início dos sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele, geralmente na boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais.

Para a prevenção, deve-se evitar o contato próximo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado, assim como com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado. Também é importante a higienização das mãos, lavando-as com água e sabão ou utilizando álcool gel. O Ministério da Saúde ainda recomenda o uso de máscaras.

*Com informações da Agência Brasil
 

Edição: Marcos Barbosa