Rússia e Ocidente

G7 decide estabelecer teto de preço para petróleo da Rússia

Autoridades russas ameaçam cortar suprimentos em caso de teto para preço do petróleo produzido no país

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Trabalhador atua no campo de perfuração gás da petroleira russa Gazprom, na península russa de Yamal. - ALEXANDER NEMENOV / AFP

Os ministros das finanças dos países do G7 chegaram a um acordo nesta sexta-feira (2) para estabelecer um teto para o preço do petróleo da Rússia, que entrará em vigor a partir de 5 de dezembro para o petróleo bruto e a partir de 5 de fevereiro para os produtos petrolíferos.

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Em declaração conjunta dos ministros das finanças dos países do grupo, ainda não foi especificado qual será esse preço. Também não está claro como será exercido o controle sobre os preços do petróleo russo.

Além disso, os Ministérios das Finanças dos países do G7 confirmaram sua intenção de proibir o transporte marítimo de petróleo e derivados russos, a menos que sejam comprados a um preço limitado.

"Reafirmamos nossa intenção conjunta de preparar e implementar uma proibição abrangente de serviços que permitam o transporte marítimo de petróleo bruto e derivados de petróleo de origem russa em todo o mundo. A prestação de tais serviços só será permitida se o petróleo e os produtos petrolíferos forem adquiridos ao preço fixado ou abaixo dele", aponta o comunicado.

Os líderes dos países do G7 (Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, Canadá, EUA, França e Japão), durante uma cúpula realizada entre 26 e 28 de junho, confirmaram sua intenção de reduzir a dependência energética da Rússia e concordaram provisoriamente em começar a limitar os preços do petróleo e do gás do país.

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Reação da Rússia

Anteriormente, o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, havia declarado que Moscou não forneceria petróleo aos Estados que apoiassem a introdução de um limite nos preços dos combustíveis da Rússia.

De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, com a introdução das restrições de preço do petróleo russo, o combustível será enviado para países que operam em condições de mercado.

Já o vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa, Dmitry Medvedev, ameaçou a União Europeia com uma suspensão completa dos suprimentos.

De acordo com Dmitry Birichevsky, diretor do Departamento de Cooperação Econômica do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, a introdução de um teto de preço do petróleo e do gás russos é arriscada e só agravará a crise energética. 

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Edição: Nicolau Soares