Eleições 2022

Pesquisa eleitoral para o Senado aponta crescimento de PT e PL

Sondagens do Ipec em 26 estados e no DF mostram que PSD pode ultrapassar o MDB, e se tornar a maior bancada da Casa

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Disputa pelo Senado nas eleições de 2022 deve alterar correlação de forças na Casa - Waldemir Barreto/Agência Senado

De acordo com as pesquisas eleitorais realizadas pelo Ipec para o Senado nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, o PT e o PL, legendas dos dois principais candidatos à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, podem ser os partidos com maior número de eleitos, com o PSD.

Os levantamentos foram realizados entre 23 de agosto e 3 de setembro, de acordo com a unidade federativa. PT e PL têm três candidatos cada que estão na liderança fora do limite da margem de erro e outros três em condição de empate técnico com adversários. Ou seja, hoje, as siglas poderiam eleger entre três e seis senadores.

O PL, partido que chegou ao posto de terceira maior bancada após a migração de parte da base bolsonarista na janela partidária, tem nove cadeiras. Duas delas estão em disputa nas eleições de 2022, sendo que neste pleito um terço do Senado é renovado.

Entre os cenários mais favoráveis estão o do Mato Grosso, onde Wellington Fagundes tem 39% contra 10% de Neri Geller (PP); e o do Rio de Janeiro, onde a pesquisa divulgada em 30 de agosto mostra Romário com 30%, bem à frente de Alessandro Molon (PSB), com 8%. E, mesmo tendo perdido cinco pontos percentuais em comparação com o levantamento anterior, no Distrito Federal, Flávia Arruda segue na liderança com 31%, mais que o dobro de intenções de votos da segunda colocada, Damares Alves, que chega a 16%.

A legenda de Bolsonaro também disputa com chances em outros três estados. No Pará, Mario Couto está numericamente à frente de Beto Faro (PT), mas a situação é de empate técnico. Em Sergipe, Eduardo Amorim tem 18%, empatado tecnicamente com Danielle Garcia (Podemos), que tem 17%, e Valadares Filho (PSB), com 20%; no Espírito Santo, Magno Malta viu sua vantagem para Rose de Freitas cair sete pontos, com os dois, agora, empatados com 27% cada, segundo pesquisa divulgada na sexta-feira (2).

:: De olho na reeleição, Helder sobe nos palanques de Lula e Simone Tebet no Pará ::

O PT, que tem uma bancada de sete senadores e duas vagas em disputa, conta com duas eleições praticamente garantidas. No Ceará, o ex-governador Camilo Santana tem 71%, enquanto a segunda colocada Kamila Cardoso tem 6%. No Piauí, o ex-governador Wellington Dias aparece com 49%, enquanto Jair Rodrigues (PP) tem 10%. 

Ricardo Coutinho também lidera a pesquisa realizada na Paraíba, divulgada em 29 de agosto. O ex-governador tem 30%, superando Efraim Filho (União Brasil) que alcança 20%. Contudo, o registro da sua candidatura ainda será analisado pela Justiça Eleitoral e sua participação no pleito ainda não é certa.

No Rio Grande do Sul, Olívio Dutra lidera com 28%, em situação de empate técnico com Ana Amélia Lemos (PSD), que tem 25%. Teresa Leitão está à frente em Pernambuco, com 15%, mas também empatada tecnicamente com André de Paula (PSD), com 13%. Beto Faro, no Pará, também disputa com chances, segundo o Ipec.

Maiores bancadas do Senado podem mudar

Hoje, o MDB e o PSD têm as maiores bancadas no Senado, com 12 parlamentares cada um. A situação de ambos na renovação das cadeiras em 2022, no entanto, é distinta.

O MDB tem quatro vagas em jogo, mas hoje, de acordo com as pesquisas, elegeria entre um e três senadores. Já o PSD vai às eleições defendendo três cadeiras e pode eleger entre dois e seis parlamentares, com chances de assumir o posto de maior partido na Casa de forma isolada. 

A situação dos emedebistas é mais confortável em Alagoas, onde Renan Filho tem sua eleição praticamente certa: ele tem 56% de intenções de voto contra 17% de Davi Davino Filho (PP), segundo colocado. O partido ainda tem chances no Espírito Santo, onde Rose de Freitas está empatada com Magno Malta (PL). Em Roraima, o veterano Romero Jucá também está em cenário de empate com Dr. Hiran (PP), com 26%.

:: Bancada negacionista: médicos que defenderam tratamento ineficaz disputam eleição ::

O PSD tem um quadro mais favorável em Santa Catarina, onde Raimundo Colombo tem 26% contra 9% do atual senador Dario Berger (PSB), e na Bahia, onde Otto Alencar tem 30%, 19 pontos percentuais à frente de Cacá Leão (PP), que tem 11%.

A legenda está envolvida ainda em outras quatro disputas acirradas. Omar Aziz tem 29% no Amazonas, contra 25% de Arthur Neto (PSDB). Em Rondônia, Expedito Junior está com 18%, empatado tecnicamente com Jaqueline Cassol (PP), que chega a 16%, e com Mariana Carvalho (Republicanos), 20%. No estado de Pernambuco, André de Paula tem 13%, empatado com Teresa Leitão (PT) e Guilherme Coelho (PSDB), e em Minas Gerais Alexandre Silveira tem 10%, atrás de Cleitinho (PSC), com 15%.

União Brasil e PSB devem crescer; PSDB e PP podem ficar estagnados

Quem também deve crescer é o União Brasil. Hoje a legenda tem oito senadores, mas somente uma cadeira em disputa, a do ex-presidente da Casa Davi Alcolumbre, que tem 39% contra 21% de Rayssa Furlan (MDB), segundo levantamento divulgado em 24 de agosto.

Alan Rick, no Acre, lidera com 29%, 12 pontos percentuais à frente de Ney Amorim (Podemos), com 17%. No Tocantins, Professora Dorinha tem 19%, empatada tecnicamente com Kátia Abreu (PP), que tem 18%, e Delegado Valdir (União Brasil) está segundo em Goiás, seis pontos atrás de Marconi Perillo (PSDB), com 24%, situação que seria o limite do empate técnico com margem de erro de três pontos percentuais. E Efraim Filho pode ser beneficiado na Paraíba caso Ricardo Coutinho (PT) seja impedido de concorrer.

O PP tem hoje seis senadores, e o mandato de quatro deles está em jogo nas eleições. Segundo as pesquisas do Ipec, o cenário hoje contempla até a possibilidade de a legenda aumentar o número de parlamentares que já tem, mas há apenas um estado no qual a situação é mais confortável para o partido: no Mato Grosso do Sul, a ex-ministra Tereza Cristina tem 38%, bem à frente do segundo colocado, Juiz Odilon (PSD), com 18%.

Os embates são mais difíceis em Roraima, onde Dr. Hiran está empatado com Romero Jucá (MDB); no Tocantins, onde Kátia Abreu também empata com Professora Dorinha (União Brasil) e em Rondônia, onde Jaqueline Cassol está numericamente em terceiro lugar, mas em empate técnico com Expedito Junior (PSD) e Mariana Carvalho (Republicanos). Flexa Ribeiro tem 9% no Pará, atrás de Beto Faro (PT) e Mario Couto (PL), os três empatados tecnicamente, considerando o limite da margem de erro.

:: Preferência de evangélicos por Bolsonaro é menor e mais frágil do que em 2018 ::

Outro partido que não tem vida fácil nas eleições é o PSDB, que tem uma bancada de seis senadores e duas vagas em jogo. A melhor situação da sigla é em Goiás, onde Marconi Perillo tem seis pontos percentuais à frente de Delegado Valdir (União Brasil). O ex-prefeito de Manaus Arthur Neto está quatro pontos atrás de Omar Aziz (PSD) no Amazonas; e Guilherme Coelho tem cinco de desvantagem em relação à Teresa Leitão (PT) em Pernambuco.

O PSB, que tem um senador em Santa Catarina, Dario Berger, candidato à reeleição que hoje está 17 pontos percentuais atrás de Raimundo Colombo (PSD), pode perder esta cadeira, mas ganhar outras três. 

Flávio Dino tem 50% contra 21% do atual senador Roberto Rocha (PTB), no Maranhão. Em São Paulo, Márcio França tem 25%, com boa vantagem sobre os 12% do  Astronauta Marcos Pontes (PL) e os 6% de Janaina Paschoal (PRTB). Valadares Filho lidera numericamente no Sergipe, mas empatado com Eduardo Amorim (PL) e Danielle Garcia (Podemos).

Edição: Geisa Marques