Relatório

Busca dos EUA por "Nova Guerra Fria" é destaque em pesquisa

Relatório destaca luta da Casa Branca para manter sua hegemonia e lutar contra integração da Eurásia

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Militares dos EUA em embarque rumo ao Kuwait - Ryan Brooks / US Central Command (CENTCOM) / AFP

O aumento do nível de agressividade dos Estados Unidos nos últimos anos e os possíveis caminhos para uma resposta do sul global são destaque do último relatório do Instituto Tricontinental. Com três artigos e uma introdução do cientista político e pesquisador indiano Vijay Prashad, o material foi lançado na terça-feira (13).

A publicação em parceria com a revista Monthly Review e o coletivo No Cold War tem artigos de John Bellamy Foster, professor de sociologia da Universidade de Oregon, da jornalista Deborah Veneziale e de John Ross, professor da Universidade Renmin da China. A íntegra do texto pode ser conferida neste link.

As iniciativas estadunidenses para buscar impedir a ascensão de um mundo multipolar são analisas pelos três textos da publicação. Os riscos de um inverno nuclear, as ferramentas de dominação ideológica e os usos que os Estados Unidos fazem de Taiwan são alguns dos elementos abordados.

Em entrevista ao Brasil de Fato, John Ross destaca que os EUA participaram do bombardeio contra a Sérvia em 1999, e, em seguida, invadiram o Afeganistão (2001) e o Iraque (2003), além de terem bombardeado a Líbia em 2011. Agora, diz o pesquisador, os estadunidenses usam a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para provocar a Rússia e escalar as tensões com a China por meio de Taiwan.

"A política dos EUA torna-se mais agressiva no momento em que se sente mais forte, e mais pacífica quando está fraca e enfrenta inimigos poderosos. Assim, por exemplo, quando os EUA foram derrotados no Vietnã, devido à resistência do povo vietnamita, apoiada pela URSS, China e movimentos internacionais de paz, os EUA diminuíram a intervenção militar por um período. Quando os EUA recuperaram força na década de 1980, se tornaram mais agressivos. Portanto, é vital que os EUA se deparem com a força da coordenação máxima dos países do Sul Global e que estes tenham boas relações com países como a China", diz o professor da Universidade Renmin da China.

Edição: Arturo Hartmann