Eleições 2022

Marina Silva volta ao parlamento depois de 11 anos como deputada federal por SP

Com 99,47% das urnas apuradas, a ex-ministra do Meio Ambiente tem 236.635 votos no estado

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Ex-ministra do Meio Ambiente de 2003 a 2008, Marina Silva já disputou três eleições presidenciais e volta agora ao Congresso Nacional - Marcelo Camargo/ Agência Brasil

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) foi eleita deputada federal por São Paulo, neste domingo (2), com 236.635 votos. Com o resultado, a ex-senadora volta ao Congresso Nacional depois de 11 anos.

Antes de lançar sua candidatura à Câmara dos Deputados, o nome da ex-ministra foi cogitado para preencher a chapa do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) ao governo de São Paulo. Em meio às conversas, Silva se reaproximou do PT e declarou apoio oficial ao ex-presidente Lula. Seu partido, o Rede Sustentabilidade, fez parte da Coligação Brasil da Esperança da candidatura do petista.

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Agora deputada federal, Marina Silva se soma aos parlamentares de esquerda eleitos neste domingo para fazer frente à bancada do boi, com propostas em defesa do meio ambiente.

Entre as suas propostas, estão a recomposição e a ampliação dos quadros técnicos e dos orçamentos do MMA, IBAMA, ICMBio e SFB, retornando o SFB e a ANA para o Ministério do Meio Ambiente e a implementação do mercado de carbono no Brasil. 

Silva também deve pautar a elaboração de uma Política Nacional de Bioeconomia, com o objetivo de fomentar a pesquisa relacionada à biodiversidade brasileira e à conservação dos biomas, com o objetivo de desenvolver produtos e serviços de alto valor agregado.

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Uma outra pauta é a resolução de cerca de 57 milhões de hectares de terras públicas não destinadas na Amazônia, “com prioridade clara para atendimento das demandas de povos indígenas, quilombolas e demais comunidades tradicionais e unidades de conservação nas áreas florestadas e uso sustentável e regenerativo de áreas já desmatadas”, segundo seu programa de governo.  

Para passar no Congresso Nacional, no entanto, um projeto de lei deve ter adesão expressiva dos parlamentares. “Portanto, nossa tarefa primordial, antes mesmo de desenvolvermos os pontos específicos dos programas de governo, é pactuar uma base política e institucional democrática, recompor as funções públicas do Estado, recuperar a governança perdida”, escreveu Marina Silva em cartas aos paulistas.  

Histórico 

Marina Silva foi ministra do Meio Ambiente durante cinco anos no governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e foi uma das responsáveis pelos melhores resultados do combate ao desmatamento no Brasil.  

“Me orgulho de ter liderado o trabalho que resultou na maior redução da taxa de desmatamento da história da Amazônia e as maiores operações já registradas contra grileiros, madeireiros e garimpeiros ilegais, que resultaram na prisão de mais de 700 pessoas e na desarticulação das organizações criminosas que devastavam a floresta”, escreveu Marina Silva em carta. 

Antes de ser ministra, Marina foi vereadora na capital Rio Branco, no Acre, entre 1989 e 1991. Depois, deputada estadual na mesma região, entre 1991 e 1995. Depois, passou para o cargo de senadora até 2011.

Até 2008, Silva foi eleita para todos os cargos pelo PT. Naquele ano, no entanto, agravaram-se as divergências dentro do governo e ela entregou sua carta de demissão ao presidente. Em junho de 2010, Marina anunciou oficialmente sua candidatura à presidência da República pelo Partido Verde (PV). Ao final do primeiro turno das eleições, em 3 de outubro, Marina Silva obteve 19.636.359 votos, ficando em terceiro lugar na disputa. Quem seguiu para o segundo foi Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). 

Em 2014, Marina concorreu novamente à presidência e mais uma vez terminou em terceiro lugar, com 22.154.707 de votos. 

Ela voltou ao pleito em 2018 pela Rede Sustentabilidade e teve seu pior resultado em eleições presidenciais: terminou em oitavo lugar com 1.069.575 votos. No segundo turno, ela manifestou apoio ao candidato do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad. 

Edição: Nicolau Soares