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Bolsonaro entra para a história como primeiro presidente a não conseguir a reeleição

Fernando Henrique, Lula e Dilma venceram as eleições que disputaram quando ocupavam o Palácio do Planalto

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Bolsonaro deixa o Planalto após quatro anos: o primeiro a não se reeleger - Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Derrotado em segundo turno nas eleições deste domingo (30) por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), garantiu mais uma vez um lugar na história política brasileira de maneira desabonadora: ele é o primeiro ocupante do Planalto a perder uma disputa pela reeleição desde a redemocratização.

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Até 1994 não havia havia previsão de reeleição. Ainda que houvesse, porém, isso não seria uma possibilidade, já que Fernando Collor, eleito pelo antigo PRN (atualmente Agir) na eleição de 1989 (a primeira após o fim da ditadura), não completou o mandato, pois sofreu impeachment. Nos pleitos seguintes, sempre que um candidato tinha tentado se reeleger, conseguiu. Até agora.

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Primeiro caso: Fernando Henrique Cardoso

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Titular do Planalto quando foi aprovada a Emenda da Reeleição, Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro a testar a popularidade em uma busca pelo segundo mandado consecutivo.

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Eleito em primeiro turno em 1994, com 54,2% dos votos válidos (segundo colocado, Lula obteve 27,1%), o tucano se lançou em busca do segundo mandato em 1998. Mais uma vez, foi eleito sem necessidade do segundo turno, conquistando 53,1% dos válidos, contra 31,7% de Lula.

Lula chega ao Planalto e se reelege

Após "bater na trave" por três eleições consecutivas, o petista foi eleito presidente pela primeira vez. No primeiro turno, somou 46,4% dos votos, contra 23,2% de José Serra (PSDB). No segundo, vitória de Lula com 61,3%, contra 38,7% do então candidato tucano.

Lula, então, se lançou candidato à reeleição em 2006. Na ocasião, o principal adversário foi o hoje vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), que estava no PSDB. No primeiro turno, vantagem de Lula: 48,6% contra 41,6%.

Na segunda etapa da disputa, o petista confirmou o favoritismo e venceu com 60,8% dos votos. Alckmin, que teve menos votos do que tinha obtido na primeira rodada, ficou com 39,2%.

Dilma vence por duas vezes seguidas

A eleição seguinte voltaria a opor petistas e tucanos. Dilma Rousseff, ex-ministra-chefe da Casa Civil no governo Lula, foi lançada candidata, em disputa contra José Serra, que voltava a representar o PSDB. No primeiro turno, 46,9% para Dilma, 32,6% para Serra.

No enfrentamento de segundo turno, Dilma somou 56% dos votos válidos, vencendo a eleição e conquistando o primeiro mandato. Serra somou 44% dos votos. 

Nas eleições de 2014, Dilma teve como principal adversário o senador Aécio Neves (PSDB). No primeiro turno ela somou 41,6% dos votos, contra 33,6% de Aécio.

Os dois, então, se enfrentaram no segundo turno mais apertado das eleições presidenciais até aqui. Dilma venceu com 51,6% dos votos válidos, contra 48,4% de Aécio, e foi reeleita. Com o golpe em 2016, porém, ela não concluiu o mandato.

Edição: Thalita Pires