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Lula chora em evento com parlamentares: "jamais esperava que a fome voltasse neste país"

Petista discursou em reunião no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) Brasília, onde funciona o gabinete de transição

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Ex-presidente se emocionou ao falar a parlamentares nesta quinta-feira - Reprodução/Redes sociais

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se emocionou ao falar sobre a fome nesta quinta-feira (7). Em encontro com parlamentares aliados no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde funciona o gabinete de transição, ele foi às lágrimas ao dizer que o combate à miséria é uma missão de vida.

"A prioridade zero, outra vez, é o mesmo discurso que eu disse em dezembro de 2002 [antes de assumir o governo pela primeira vez]. Não tenho que mudar uma única palavra. Se, quando eu terminar esse mandato, cada brasileiro estiver tomando café, estiver almoçando e estiver jantando outra vez, eu terei cumprido a missão da minha vida", disse, se emocionando.

Chorando, o presidente eleito foi aplaudido pelos participantes do encontro, que contou também com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). 

Emocionado, Lula prosseguiu: "Gente, desculpem, desculpem. Mas o fato é que eu jamais esperava que a fome voltasse neste país. Jamais. E voltamos [a concorrer à presidência] por isso", afirmou.

Levantamento divulgado em junho pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) mostrou que quase 60% dos brasileiros vivem em situação de insegurança alimentar, sendo que mais de 33 milhões passam fome. Para Lula, falta vontade política para resolver o problema.

"Este país é o maior produtor de alimentos do mundo. Este país é o maior produtor de proteína animal do mundo. Este país pode efetivamente garantir que cada cidadão possa comer. Não há explicação. A única explicação é que falta compromisso dos governantes", destacou no evento desta quinta.

Agendas na capital federal

Lula segue pelo segundo dia cumprindo agendas em Brasília. Na quarta (9) ele esteve com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e também se reuniu com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Nós voltamos a governar o país e não há tempo para vingança, não há tempo pra raiva, não há tempo para ódio. O tempo é de governar, e eu pretendo trabalhar 24 horas por dia. Vou trabalhar o dia inteiro porque temos uma dívida a resgatar com o povo pobre deste país", afirmou, após as reuniões na quarta.

Edição: Rodrigo Durão Coelho