contra a democracia

Polícia Civil de Goiás localiza site que gerencia e busca recursos para atos golpistas

Agentes policiais identificaram endereço em cartazes pedindo "intervenção" em acampamento antidemocrático em Goiânia

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Autoproclamados "patriotas" durante manifestação antidemocrática em Goiânia - Reprodução / Redes Sociais

A Polícia Civil de Goiás identificou um site na internet que organiza e busca financiamento para atos antidemocráticos que são realizados no estado desde a derrota do presidente em fim de mandato Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais, em 30 de outubro.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, agentes identificaram o endereço do site em faixas e cartazes exibidas por participantes de manifestações em Goiânia com dizeres golpistas como "Intervention in Brazil", ou seja, "Intervenção no Brasil", em tradução para o português. "Intervenção" é o eufemismo escolhido pelos "patriotas" para falar em golpe de estado.

"Este endereço eletrônico dá acesso a uma página da web, que fornece acessos a grupos em apps [aplicativos] como Telegram, WhatsApp, solicita doações e também fornece informações a respeito das paralisações existentes no país", afirma documento emitido pela Polícia Civil de Goiás e obtido pela Folha.

Ainda de acordo com o jornal, o relatório da polícia goiana destaca a estrutura montada para fomentar as manifestações antidemocráticas, com banheiros químicos, barracas, alimentação e bebidas. No local, os organizadores solicitam doações aos participantes das manifestações golpistas via Pix.

Segundo a Polícia Civil goiana, os dados site foram encaminhados para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga atos antidemocráticos pelo país. 

Investigações em andamento

Nas últimas semanas, procuradores-gerais de Justiça dos Ministérios Públicos em São Paulo, Santa Catarina e Espírito Santo encaminharam a Moraes informações sobre uma "grande organização criminosa com funções predefinidas" que financiam os atos golpistas.

O procurador-geral de Justiça do MP de São Paulo, Mario Sarrubbo, encontrou-se com o ministro do STF no último dia 8 e afirmou que empresários financiam as mobilizações desde a derrota de Bolsonaro no pleito. Há, inclusive, informações sobre ônibus de prefeituras que levam pessoas aos locais das mobilizações.

Edição: Glauco Faria