Liberdade

Audiência pública no Senado defende liberdade para Julian Assange

Jornalista do WikiLeaks está detido em uma prisão de segurança máxima e Londres e pode ser extraditado para os EUA

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Audiência pública do Senado sobre Assange - Reprodução

A Comissão de Direitos Humanos do Senado realizou nesta quinta-feira (15) uma audiência pública para debater liberdade de expressão e o caso de Julian Assange. O evento contou com a participação de representantes do WikiLeaks e foi requisitado pelo senador Humberto Costa (PT-PE).

Detido em uma prisão de segurança máxima em Londres, Assange pode ser extraditado aos EUA — onde, se condenado, passaria o resto da vida atrás das grades. A Casa Branca usa a lei contra a espionagem datada da Primeira Guerra Mundial para processar o jornalista pela publicação de documentos e informações sigilosas que revelaram possíveis crimes de guerra dos Estados Unidos. O processo começou com o republicano Donald Trump, mas continua com Joe Biden no cargo.

"É irônico que os acusadores sejam precisamente os que foram desmascarados", afirmou a professora de direito internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Carol Proner. O próprio caso de Assange coloca em questão "crimes cometidos" pelas forças de segurança dos EUA e Washington considera ter uma "jurisdição universal", destacou a advogada durante a audiência.

O editor-chefe do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, também participou e destacou que a possível extradição de Assange "mandará um sinal que qualquer jornalista que se aventure a expor segredos dos poderosos será punido".

"Essa é uma perseguição política. Assange está sem sua liberdade por 12 anos e há mais de 3 anos e meio em uma prisão de segurança máxima em Londres, lutando contra sua extradição", afirmou Hrafnsson.

Mobilização pela liberdade de Assange

A pressão pela liberdade de Assange está aumentando. Alguns dos principais jornais do mundo publicaram carta pedindo que o governo dos Estados Unidos interrompa o processo que move contra o jornalista do WikiLeaks. O documento foi publicado pelos seguintes veículos: o jornal britânico The Guardian, o estadunidense The New York Times, o espanhol El País, o francês Le Monde e a revista e portal da Alemanha Der Spiegel.

O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também defenderam recentemente a liberdade de Assange.

Edição: Arturo Hartmann