Novo Ministério

Quem é Aparecida Gonçalves, a nova ministra da Mulher?

Hoje, Gonçalves trabalha como consultora em políticas públicas para o enfrentamento à violência de gênero

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Gonçalves já ocupou o cargo de secretária Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres nos governos de Lula e Dilma Roussef - José Cruz/Agência Brasil

A especialista em gênero e violência contra mulher Aparecida Gonçalves foi nomeada por Lula (PT) para comandar o Ministério das Mulheres, nesta quinta-feira (22). Hoje, ela já integra a equipe de transição do presidente eleito e trabalha como consultora em políticas públicas para o enfrentamento à violência de gênero.

Nos primeiros governos de Lula e Dilma Rousseff, Gonçalves ocupou o cargo de secretária Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres nos governos de Lula e Dilma Roussef (PT). Ela também já coordenou o processo de articulação e fundação da Central dos Movimentos Populares no Brasil.

Gonçalves também já foi assessora técnica e política da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher no Governo do Mato Grosso do Sul, entre 1999 e 2000, e assessora da Coordenadoria de Atendimento à Mulher da Secretaria de Estado de Assistência Social Cidadania e Trabalho de 2001 a 2002.

A nova ministra, natural de Clementina, no interior de São Paulo, foi candidata a vereadora pelo PT no Mato Grosso do Sul em 1988 e 2000. Ela também se candidatou ao cargo de deputada constituinte em 1986.

Durante uma entrevista feita em 2020 para o canal de Youtube Terra Sem Males, afirmou que a violência contra a mulher é um problema estrutural, mas que agravou significativamente durante a pandemia de covid-19. 

“A cada nove minutos, uma mulher ou uma menina é vítima de estupro no Brasil. Em 2019, nós tivemos 60 mil estupros, segundo o FBSP. Nós vamos ver que três mulheres são assassinadas no país por dia. Uma mulher registra agressão pela Lei Maria da Penha a cada dois minutos. Essa é a realidade em que nós estamos efetivamente vivendo. São questões super importantes para gente pensar”, afirmou Gonçalves. 

A nova ministra também criticou a atuação do governo de Jair Bolsonaro (PL) frente ao combate à violência contra as mulheres. “Quando você tem as maiores autoridades dizendo que mulher pode ser estuprada e espancada e quando você tem um sistema que manda a mulher para um lugar que não garante sua segurança, nós vamos ter um problema muito sério”, disse. 

“Nós temos que pensar o que está acontecendo com a sociedade. Porque tem aumentado o número de estupro? Tem aumentado porque a sociedade está autorizando, quando questiona com que roupa a vítima estava. Isso é um debate que precisa ser colocado na sociedade. E não adianta dizer que nós vamos mudar simplesmente com leis. As leis fortalecem, mas nós precisamos fazer um pacto civilizatório”, afirma. “Tem que discutir dentro dessa concepção política, o que está pensado em termos de políticas públicas para as mulheres.” 

Outros nomes confirmados: 

Relações Institucionais - Alexandre Padilha

Secretaria-geral da Presidência - Marcio Macedo

Advogado-geral da União - Jorge Messias

Saúde - Nísia Trindade

Educação - Camilo Santana

Gestão - Esther Dweck

Portos e Aeroportos - Marcio França

Ciência e Tecnologia - Luciana Santos

Desenvolvimento Social - Wellington Dias

Cultura - Margareth Menezes

Trabalho e Emprego - Luiz Marinho

Igualdade Racial - Anielle Franco

Direitos Humanos - Silvio Almeida

Indústria e Comércio Exterior - Geraldo Alckmin (vice-presidente)

Controladoria-Geral da União - Vinícius Marques de Carvalho

Além deles, já foram confirmados os nomes de outros cinco ministros:

Fazenda - Fernando Haddad

Justiça - Flávio Dino

Casa Civil - Rui Costa

Relações Exteriores - Mauro Vieira

Defesa - José Múcio Monteiro

Edição: Nicolau Soares