repercussão

CBF 'repudia veementemente' uso da camisa da seleção brasileira em atos antidemocráticos

Boa parte dos autoproclamados "patriotas" tem o hábito de vestir a camisa amarela em manifestações golpistas

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

Ouça o áudio:

Boa parte dos bolsonaristas radicais que atacaram os prédios públicos em Brasília usavam a camisa da Seleção - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os atos violentos e a depredação de prédios públicos por bolsonaristas em Brasília no último domingo (8) fizeram com que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se manifestasse condenando o uso da camisa da seleção brasileira em "atos antidemocráticos e de vandalismo". 

A manifestação aconteceu nesta segunda-feira (9), pelo Twitter. O perfil oficial da CBF afirmou que é uma entidade "apartidária e democrática", e defendeu o uso da camisa "para unir e não para separar os brasileiros".

A entidade vinha sendo cobrada para se manifestar oficialmente, já que a camisa amarela da seleção se tornou quase um uniforme para boa parte dos autoproclamados "patriotas". Uma das manifestações mais contundentes veio do jornalista Marcelo Barreto, do canal de televisão SporTV.

:: Movimentos vão às ruas nesta segunda em defesa da democracia; confira locais e horários ::

Em um dia em que o noticiário esportivo se voltou para a repercussão da morte do ex-jogador Roberto Dinamite, um dos grandes ídolos da história do Vasco da Gama, Barreto abriu o programa Redação SporTV desta segunda cobrando posicionamento da CBF após as imagens violentas registradas em Brasília. Os posts da CBF no Twitter foram publicados horas depois.

Barreto, um dos nomes mais relevantes da imprensa esportiva na atualidade, também cobrou jogadores e ex-jogadores que defenderam o voto em Jair Bolsonaro (PL) nas eleições do último mês de outubro. "Se estavam dispostos a se manifestar na hora da eleição, acho que seria muito importante, agora, que a gente soubesse qual é a posição deles sobre o que aconteceu ontem [domingo]", disse.

O jornalista citou especificamente quatro nomes: os dos jogadores Neymar, Thiago Silva, Daniel Alves, que disputaram a Copa do Catar pela Seleção; e também o do ex-jogador Rivaldo, campeão mundial pela equipe brasileira em 2002. Até as 12h (de Brasília) desta segunda-feira, todos tinham prestado homenagens a Dinamite, mas nenhum tinha feito, nas redes sociais, qualquer menção aos episódios violentos.

Postura bem diferente teve o ex-jogador Juninho Pernambucano. Outro grande nome da história vascaína, ele compartilhou diversos posts de líderes políticos brasileiros e estrangeiros condenando o terrorismo bolsonarista, e foi bastante incisivo ao criticar o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB): "Queremos que TODOS vocês passem pelo crivo da lei", afirmou.

 

Edição: Glauco Faria