Vinte e um anos de ditadura (1964-1985) sem nenhum processo de responsabilização, nem julgamento dos protagonistas ou punição dos esbirros militares e civis, somados ao golpe parlamentar-jurídico-midiático contra a presidenta Dilma Rousseff (2016), o qual beneficiou o presidente de extrema direita, administrativamente incompetente e politicamente neofascista, formaram o caldo de cultura para o banditismo terrorista que tomou conta da Praça dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo.
Parcela significativa e retrógrada da classe dominante brasileira apadrinhou o premeditado caos. O nazi-fascismo, que nos governos populares submergira assoreando as águas da democracia, veio à tona para descarregar com vandalismo e violência o seu desprezo à Constituição, às leis, às instituições republicanas, ao patrimônio público (simbólico e material) e ao Estado de Direito Democrático. O acontecido foi grave, e mereceu o repúdio da comunidade internacional. Internamente, serviu para unificar os poderes da República (O Palácio do Planalto, a Câmara dos Deputados, o Senado e Supremo Tribunal Federal / STF) e a Federação (a Presidência, os Governadores e os Prefeitos) em defesa da democracia.
Assim como a esperança venceu o ódio nas eleições de 2022, esses arreganhos fascistas não impedirão o Presidente Lula e seu governo – legitimamente eleito – de trabalhar para diminuir as desigualdades sociais e regionais com um projeto de crescimento econômico sustentável. Os criminosos e seus patrocinadores já estão sendo investigados e presos. Sem concessões, sem anistia, estes deverão pagar pelos seus atos hediondos com o rigor que a legalidade impõe.
O processo civilizador avança com paz e harmonia entre todas as forças políticas, de fato, comprometidas com a democracia. Com firmeza, sensibilidade e participação social vamos juntos, cidadãs e cidadãos, reconstruir o Brasil com um desenvolvimento integrado e integrador.
* Ex-Prefeito de Porto Alegre, ex-Governador do Estado do Rio Grande do Sul e ex-Ministro das Cidades do Brasil
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.