Governador afastado

Ibaneis presta depoimento à PF e nega conivência com vandalismo bolsonarista

Nota divulgada pela defesa afirma que emedebista "rechaçou definitivamente qualquer ideia" de que tenha sido conivente

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Governador afastado do DF negou que tenha sido conivente com o vandalismo bolsonarista - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governador afastado do Distrito Federal (DF) Ibaneis Rocha compareceu nesta sexta-feira (13) à Superintendência da Polícia Federal em Brasília e prestou depoimento sobre os episódios de vandalismo protagonizados por bolsonaristas no último domingo (8).

Segundo nota divulgada pela defesa, Ibaneis se apresentou voluntariamente à PF para falar sobre "os trágicos acontecimentos", e "teve a oportunidade de rechaçar definitivamente qualquer ideia de que tivesse alguma conivência com o vandalismo antidemocrático verificado no domingo".

Ainda de acordo com o texto, Ibaneis se surpreendeu com o baixo efetivo destacado pela Polícia Militar (PM) do DF para conter os atos, e lamentou que houve policiais que "se confraternizaram com os manifestantes".

Segundo o site g1, Ibaneis teria afirmado no depoimento que o Exército impediu a retirada do acampamento antidemocrático bolsonarista que estava junto ao Quartel-General (QG) em Brasília. Ele teria dito, ainda, que havia um acordo entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e o Exército para retirada dos bolsonaristas do acampamento a partir de 29 de dezembro de 2022, mas o acordo foi rompido "por ordem do comando do Exército".

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Ainda de acordo com o g1, Ibaneis teria afirmado à PF que recebeu mensagem do ministro da Justiça, Flávio Dino, preocupado com a chegada de muitos ônibus com manifestantes, e a preocupação foi repassada por ele ao então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres. Tudo isso teria acontecido no dia 7, sábado, véspera do quebra-quebra.

Na ocasião, o comando da secretaria já tinha sido repassado interinamente para Fernando de Souza Oliveira, já que Torres tinha viajado para os Estados Unidos. Oliveira, então, teria tranquilizado Ibaneis afirmando que os ditos "manifestantes" chegavam pacificamente ao QG. No domingo, horas antes do ataque, o secretário interino teria voltado a tranquilizar o então governador.

g1 divulgou, inclusive, áudio que teria sido enviado por Oliveira a Ibaneis por volta de 12h (pouco antes dos ataques, portanto) relatando que houve negociação com os manifestantes para que fossem do QG à Esplanada dos Ministérios de forma "pacífica". "Está um clima bem tranquilo, bem ameno, uma movimentação bem suave, e a manifestação totalmente pacífica", ouve-se no áudio.

Ibaneis teria dito à PF, ainda, que viu os ataques pela televisão e mandou prender "o máximo possível" de pessoas - sempre de acordo com o g1. Oliveira teria reconhecido que as coisas "tinham saído do controle" e pedido apoio do Exército.

Edição: Nicolau Soares