Recuperando o atraso

Brasil consegue adiantar a entrega de 7,7 milhões de doses infantis para a covid-19

Na primeira semana do ano, Ministério da Saúde anunciou esforço com laboratório internacional para adiantar remessas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Vacinação de bebês contra a covid patinou no governo Bolsonaro - Rovena Rosa/ Agência Brasil

O Brasil vai receber 7,7 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 para crianças de 6 meses a 11 anos de idade até este sábado (21). A entrega é resultado das negociações entre o governo federal e a farmacêutica Pfizer para adiantamento das remessas.

Na primeira semana do ano, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, alertou para para o desabastecimento de imunizantes para o público infantil. Na ocasião, ela informou que a pasta iria procurar o laboratório para tentar reverter o cenário.

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A entrega que chega em território nacional engloba 4,5 milhões de doses para idades entre 6 meses a 4 anos e 3,2 milhões para a faixa etária de 5 a 11 anos. Após análise do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), elas serão distribuídas para as unidades da federação e haverá reforço na campanha de vacinação.

Com as novas doses, o governo espera iniciar o processo de correção do atraso na vacinação infantil, apontado por organizações e pela sociedade civil ao longo da gestão de Jair Bolsonaro (PL). A vacina da Pfizer para crianças pequenas de 6 meses a 4 anos de idade foi aprovada em setembro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Até o dia 27 de dezembro do ano passado, no entanto, ela estava direcionada apenas para o público com comorbidades. No apagar das luzes do governo conservador, o Ministério da Saúde publicou recomendação para ampliar a vacinação

No documento, a Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI) reconheceu que a incidência da doença na população menor de 5 anos é maior que em faixas etárias mais altas (compostas em sua maioria por pessoas já vacinadas), e por isso recomendou a mudança.

Edição: Nicolau Soares