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Início Política

DEMOCRACIA

Análise | Os 30 dias de derrota provisória do fascismo

Quais os mais importantes movimentos de gestão política do governo que o presidente Lula realizou no seu primeiro mês

06.fev.2023 às 16h06
Porto Alegre
Tarso Genro

Lula com os Yanomami: frontal impugnação do genocídio indígena - Foto: Ricardo Stuckert

Para entender, de uma parte, as margens de segurança que ele operou e, de outra, para dimensionar seus aspectos simbólicos e os seus efeitos concretos sobre a vida política do país, é preciso – em primeiro lugar – indicar o "estado da arte" que Lula encontrou no país.

Quero dizer, com esta preliminar, que mais importante do que as medidas do presidente é preciso deixar claro qual foi a subjetividade política sobre a qual se firmaram as propostas bolsonarianas. Estas foram bem recebidas nas massas populares, de forma alheia aos conceitos das "classes dominantes" sobre como exercer racionalmente o seu poder político e apresentar os complexos programas econômicos que são disputados no espaço político, para oferecer a redenção nacional "dentro da ordem".  

Como anunciou, Bolsonaro “veio para destruir”

Bolsonaro fez um governo distópico que cumpriu o que prometeu durante a sua campanha eleitoral. Prometeu matar e torturar, anunciou que "veio para destruir" e naturalizou a misoginia, o racismo, o sexismo ("este apartamento usei para comer gente!"); combateu a globalização a partir de concepções da extrema direita mundial  ("Trump, eu te amo!"); e dividiu os seres humanos, que compõem a nossa miscigenação étnica, entre os que são pesados em "arrobas" – como são pesados os bois que vão para o matadouro –  e os que são balanceados como brancos de uma nação "pura", medidos por outras gravidades de identidade social.

Além de tudo isso, que não parece pouco, seu governo defendeu que o ideal seria, como opção estratégica, que fôssemos um "pária mundial", na voz do seu psicopático ministro de Relações Exteriores. Dito isso, temos o contexto mais geral daquilo que parece loucura, mas era sobretudo a emergência de um tipo de fascismo político, que já era "societal", como mostrou Boaventura, antes de apresentar-se plenamente como política e crueldade a partir do Estado.

Divisão serviu às classes dominantes

A divisão extrema, realizada no país, em todo período de campanha bolsonarista e durante a sua gestão demoníaca, trouxe à tona verdades concretas, que estavam adormecidas no inconsciente das massas – acima das divisões entre classes sociais, que já nos permite concluir o seguinte: a má consciência real, de vastos setores populares que estariam "objetivamente" no nosso campo – neste momento histórico – foi o dado político mais forte que atraiu as classes dominantes para o bolsonarismo, e não ao contrário.

Não foram as classes dominantes – adictas da democracia liberal "contida" ou de ditaduras militares – que forjaram o lastro de massas do bolsonarismo. Foi principalmente o fascismo "popular", que estava contido no inconsciente dos explorados e excluídos que, provocado pelo "líder", abriu para as classes dominantes a oportunidade de domesticação de Bolsonaro, para que ele se tornasse, com Guedes, o epígono das reformas.

Bolsonaro, arremedando Mussolini, "desprezou a arrogância dos intelectuais" (qualquer um que defenda a humanidade dos outros); sobretudo cultivou a ideia da morte, como aríete para arredar qualquer problema que bloqueasse a sua grandiosidade resolutiva.

Sua capacidade de responder, sem censura civilizatória, com o trágico e o apocalíptico – sempre no limite entre o que é pura ficção e o duramente real – esteve na sua própria existência, também como tragédia e mistificação. O que é simbólico e duramente real parecem repetir, sempre, que “se eu morrer vai tudo por água abaixo”. 

Da nossa parte, foi um arrogante equívoco pensar que o alcance dessas políticas estava nos limites do "cercadinho" palaciano, quando – na verdade – todo o país era um enorme campo cercado, com diversas modulações de gado ruminando a violência e os seus recalques. Até um certo momento tal predisposição para a barbárie foi trabalhada pela mídia tradicional como um modo legítimo de mandar e governar. A questão era matar Lula e destruir a esquerda!

Pactuação de uma saída altiva para a questão da tutela militar

Neste novo campo da irracionalidade radical, ensejada de "baixo" para cima – das massas para as elites – recomeçou também a vicejar a razão democrática, que sempre sobreviveu no iluminismo, ao lado da irracionalidade, da industrialização da morte, dos massacres coloniais, que sempre ganharam expressões simbólicas de resistência, na América Latina e no mundo, através de líderes referenciais na democracia política, como Allende, Mandela, Kemal Ataturk, Lula, Lumumba e Jacobo Arbenz, para citar alguns mais próximos da nossa experiência de formação da nação.

Os movimentos na política externa, a criminalização dos genocídios do bolsonarismo na saúde pública, a frontal impugnação do genocídio indígena, a expansão de uma política ambiental sadia a partir da Amazônia, a ampliação da frente política a sua máxima possibilidade coerente, bem como a pactuação de uma saída altiva e respeitosa, para questão da tutela militar do Estado.

Estas atitudes de gestão política do Estado, combinadas com a guerra contra a fome (adaptando o orçamento público para o cumprimento desta missão urgente) mostram que Lula começa bem, combinando realismo democrático com a mudança humanista, para um país assediado pela maior barbárie jamais vista na sua história.

Sem anistia aos fascistas e bandidos

Para Adorno e Horkheimer, o fascismo é um complemento simétrico da racionalidade moderna, mas para nós – no momento – ele pode ser um despejo jogado na sarjeta da democracia, cuja derrota final ainda está em disputa. Mas Lula, conosco, já começou.

Fazer da tolerância, combinada com a firmeza inteligente – curtida com o realismo das características dos novos tempos – significa colocar a estratégia democrática como centro da disputa pelo futuro. Para isso ser provável, sem perdão e sem anistia, fascistas e bandidos – exclua-se os ingênuos e os idiotas inofensivos – não podem ser perdoados.  

* Tarso Genro foi governador do Estado do Rio Grande do Sul, prefeito de Porto Alegre, ministro da Justiça, ministro da Educação e ministro das Relações Institucionais do Brasil.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.


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Editado por: Ayrton Centeno
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