escolas de samba

Segunda noite do Grupo Especial de São Paulo tem riso, malandragem, xaxado e tambores

Atual campeã, Mancha Verde está entre as escolas que participam do segundo dia de festa na passarela do Anhembi

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Império de Casa Verde vai falar sobre os tambores africanos - Divulgação

Neste sábado (18), segunda noite do Grupo Especial do carnaval paulistano, as escolas de samba prometem fazer o público sorrir, se divertir e se emocionar com as apresentações. As sete escolas que pisam o asfalto do Sambódromo do Anhembi falarão sobre temas como a alegria, a "malandragem" de Bezerra da Silva, os tambores africanos e o xaxado.

Atual campeã do Grupo Especial paulistano, a Mancha Verde está entre as atrações da noite. Além disso, também desfila a Mocidade Alegre, que tem 10 títulos e é a maior vencedora entre as escolas que seguem no grupo especial. A maior campeã, Vai-Vai (com 15 títulos) e a segunda maior, Nenê de Vila Matilde (11 troféus) estão no Grupo de Acesso, que desfila neste domingo (19).

O que vem por aí

Estrela do Terceiro Milênio

Caçula do Grupo Especial, a Estrela do Terceiro Milênio faz sua estreia na elite do carnaval paulistano. A escola vai levar muito bom humor à avenida com o enredo "Me dê sua tristeza que eu transformo em alegria! Um tributo à arte de fazer rir", com homenagens a figuras do cinema, do rádio, da televisão e da música, e com críticas à censura. "Existe uma grande expectativa para ver o desfile da Estrela. É o primeiro ano deles no Especial, estavam no Acesso, e vinham fazendo grandes carnavais", aponta o jornalista Thiago Calil, comentarista de desfiles de carnaval.

Acadêmicos do Tucuruvi

Com uma homenagem a Bezerra da Silva, que morreu em 2005, a tradicional escola da Zona Norte paulistana sonha com o primeiro título às vésperas de completar 50 anos. "A esperança está em cada um de nós, a voz do Bezerra é a nossa voz", canta o samba enredo, que destaca a música do artista "que fez samba de malandro contra a fome e a opressão". O enredo fala também sobre a religiosidade do sambista, que frequentou a umbanda, e faz referência às favelas, sempre presentes na música do "malandro".

Mancha Verde

"A Mancha Verde, atual campeã, está falando de Xaxado, tem um samba delicioso e está defendendo o título dela", afirma Thiago Calil. A homenagem ao ritmo oriundo do forró traz outras referências à cultura e a personagens marcantes do nordeste, como Lampião, Padre Cícero, Maria Bonita e Mestre Vitalino. Resta saber se a escola ligada a uma torcida organizada do Palmeiras vai fazer o povo arrastar o pé e conquistar os jurados para garantir o tricampeonato, depois das conquistas de 2019 e 2022.

Império de Casa Verde

Com o enredo "Império dos Tambores – Um Brasil Afromusical", a escola campeã em 2005, 2006 e 2016 quer voltar às conquistas falando sobre a relação entre ritmos como a kizomba africana, o reggae maranhense, o axé baiano, o charme dos bailes cariocas e o funk da capital paulista. "Chama a senzala firma a batucada, gira na umbigada, jongo e caxambu; é som de preto, música do gueto, mistica de ketu, maracatu", diz um trecho do samba-enredo. Para Thiago Calil, a Império tem boas chances de fazer um "desfile que vai marcar, que vai emocionar" e "mexer com o coração das pessoas".

Mocidade Alegre

Maior campeã entre as escolas que estão no Grupo Especial, a Mocidade Alegre vai contar a história de uma figura pouco conhecida em boa parte do mundo, mas idolatrada no Japão: Yasuke, o primeiro samurai negro. O homenageado viveu no século XVI, e há registros difusos sobre sua vida. Em entrevista ao site especializado Carnavalesco, o responsável pelo enredo, Jorge Silveira, disse que apresentará "a versão da Mocidade" sobre Yasuke. "Pode ter fé, que todo preto pode ser o que quiser!", canta a escola em seu samba enredo.

Águia de Ouro

Após conquistar seu primeiro título em 2020, a Águia de Ouro tenta repetir a façanha. Para isso, levará à avenida um enredo que pretende ajudar a responder algumas das perguntas que mais intrigam a humanidade, como "de onde viemos?" e "para onde vamos?". O enredo é patrocinado por uma empresa franqueadora de lojas de bolos, e o samba tem referências indiretas à patrocinadora, com versos como: "Doce emoção a consagração, sabor da vitória".

Dragões da Real

A Dragões da Real, que assim como a Independente Tricolor (que desfilou na primeira noite) é ligada a uma torcida organizada do São Paulo Futebol Clube, fechará os desfiles do Grupo Especial no Anhembi em 2023 com enredo sobre a capital paraibana, João Pessoa. A escola deve pisar na pista junto com os primeiros raios de sol do domingo. Nada mais adequado, já que o enredo destaca o fato de João Pessoa ser "o Portal das Américas", ou seja, a cidade do continente onde o sol nasce primeiro. Além disso, a Dragões vai mostrar muito da cultura, da fé e das tradições da cidade.

Ordem dos desfiles do carnaval paulistano - Grupo Especial - Sábado, 18 de fevereiro

22h30 – Estrela do Terceiro Milênio
23h35 – Acadêmicos do Tucuruvi
00h40 – Mancha Verde
01h45 – Império de Casa Verde
02h50 – Mocidade Alegre
03h55 – Águia de Ouro
05h00 – Dragões da Real

Edição: Nicolau Soares