Caxias do Sul

CNBB diz que missas não podem usar vinho proveniente de trabalho escravo

Nota foi reação a escândalo de vinícolas do Rio Grande do Sul, que usavam fornecedora flagrada com trabalho escravo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O Secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella Amado disse que a Igreja tem responsabilidade sobre a origem do vinho usado em missas - Agência Brasil

A Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil emitiu um comunicado no qual pede que os vinhos utilizados em cerimônias religiosas tenham sua proveniência checada. A iniciativa aconteceu após vir à tona o escândalo de uso de trabalho análogo à escravidão em vinícolas de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.

O texto, assinado por Dom Joel Portella Amado, bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, afirma que é da Igreja a responsabilidade de zelar pelo vinho canônico e impedir "qualquer tipo de trabalho em condições que ferem o respeito pela dignidade humana".

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"Todas as denúncias devem ser investigadas nos termos da lei", diz o comunicado. Veja a íntegra:

"VINHO CANÔNICO
Quem ama a Deus
ame também o seu irmão (1 Jo 4,21)

Brasília, 28 de fevereiro de 2023

A Igreja tem a responsabilidade de zelar pelo tipo de vinho utilizado nas celebrações das missas. A CNBB, por meio da Comissão Episcopal para a Liturgia, promoveu encontros com cerca de 15 vinícolas a respeito das caraterísticas de tal vinho.

Qualquer tipo de trabalho em condições que ferem o respeito pela dignidade humana não pode ser aprovado. Todas as denúncias devem ser investigadas nos termos da lei.

No Brasil existem diversas vinícolas que oferecem vinho canônico. Desse modo, é recomendável que se busquem, para a celebração da missa, vinhos de proveniência sobre as quais não existam dúvidas a respeito dos critérios éticos na sua produção.

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-Geral da CNBB"

Edição: Rodrigo Durão Coelho