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Governo do RN solicita apoio da Força Nacional após ataques; Natal fica sem transporte público

Violência começou durante a madrugada em pelo menos 15 cidades, com ônibus incendiados e tiros contra bases da PM

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Veículos foram incendiados em ruas de diversas cidades do Rio Grande do Norte - Reprodução

O governo do Rio Grande do Norte solicitou apoio da Força Nacional para resposta à onda de violência que atinge diversas cidades do estado desde a madrugada desta terça-feira (14). Na capital, Natal, o transporte público foi suspenso depois que veículos foram incendiados.

As aulas também foram suspensas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) e na Universidade Estadual do RN (Uern).

A governadora Fátima Bezerra (PT), que estava em Brasília em agenda oficial, se reuniu com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), que autorizou o envio da Força Nacional. Houve discussões por videoconferência com as forças de segurança do estado.

"Eu quero aqui declarar todo nosso repúdio aos inaceitáveis episódios de violência ocorridos em nosso estado e declarar que todo o trabalho está sendo feito para que os criminosos sejam presos, julgados e punidos com todo o rigor da lei", disse a governadora, que antecipou o retorno a Natal.

Bezerra disse que as forças de segurança locais estão trabalhando desde a madrugada para conter os ataques. Segundo o UOL, pelo menos nove pessoas foram presas e uma morreu durante ação policial.

"Estamos todos mobilizados, atentos, firmes. Várias prisões já foram realizadas e todo o efetivo das polícias está a postos, com presença ostensiva em todo o estado, realizando blitz nas estradas", complementou a governadora.

Ataques coordenados

Pelo menos 15 cidades potiguares foram atingidas durante os ataques. Além de veículos incendiados, houve disparos contra bases da Polícia Militar, fóruns da Justiça, sedes de prefeituras e outros prédios públicos.

O Secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, Francisco Canindé Silva, disse que o setor de inteligência do governo estadual tinha detectado a possibilidade de ataque com antecedência. Apesar de ter havido reuniões de preparação, as forças policiais não conseguiram evitar a violência.

Silva garantiu que a estratégia de defesa preparada pelos agentes de segurança pública fez com que os ataques durante a madrugada fossem menos danosos que o esperado. Segundo ele, os ataques coordenados são uma reação de integrantes de uma organização criminosa à atividade policial.

Edição: Nicolau Soares