Corrupção

Após prisões de funcionários e renúncia de ministro, Maduro promete 'limpar' estatal petroleira

Operação do MP e da Polícia Anticorrupção já deixou ao menos sete detidos; presidente disse que irá combater "máfias"

Caracas (Venezuela) |

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Presidente afirmou que irá combater "máfias" dentro da PDVSA - AFP

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na noite desta segunda-feira (20) uma reestruturação "nos níveis mais altos" do comando da estatal petroleira venezuelana PDVSA.

O anúncio veio após o início de uma operação encabeçada pelo Ministério Público (MP) e pela Polícia Anticorrupção - criada por Maduro em 2014 - que já deixou pelo menos sete pessoas presas e motivou a renúncia do agora ex-ministro do Petróleo Tareck El Aissami.

As suspeitas que deflagraram a operação é de desvio de dinheiro dos cofres da empresa. Segundo a imprensa local, três diretores da PDVSA já foram presos.

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Os casos fizeram com que Maduro convocasse uma reunião partidária na noite desta segunda-feira, da qual participaram também a vice-presidente, Delcy Rodríguez, e o presidente do Legislativo, Jorge Rodríguez.

"Nós vamos limpar plenamente a PDVSA de todos esses mecanismos, de todas essas barbaridades, de toda essa gente que rouba dinheiro do povo, com medidas draconianas de reestruturação no mais alto nível", disse Maduro.

O presidente ainda afirmou que já havia aceitado a renúncia do ministro do Petróleo para "apoiar, acompanhar e respaldar todo esse processo".

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Outro detido por conta das investigações na PDVSA foi o diretor da Superintendência de Criptoativos da Venezuela, Joselit Ramirez, que já foi exonerado por Maduro.

O Procurador Geral da República, Tareck William Saab, anunciou a criação de um grupo especial de procuradores para trabalhar nos casos e disse que não descarta a possibilidade de que mais prisões sejam efetuadas nos próximos dias.

Outras prisões

Além dos casos ligados à estatal petroleira, a operação do MP em conjunto com a Polícia Anticorrupção prendeu dois juízes de Caracas por um suposto caso de "corrupção judicial".

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O prefeito de Las Tejerias, Pedro Hernández, do partido governista, também foi detido no último final de semana. Ele é acusado de um suposto envolvimento com grupos paramilitares da região.

Edição: Patrícia de Matos