Internacionalismo

Armazém do Campo realiza noite em homenagem à resistência do povo venezuelano em Porto Alegre

Eventos temáticos durante o mês de abril farão referência às lutas dos povos do mundo e à solidariedade internacional

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Em 2023, completam-se mais de 20 anos da tentativa de do golpe de estado na Venezuela
Em 2023, completam-se mais de 20 anos da tentativa de do golpe de estado na Venezuela - Miguel Zambrano/AFP

O Armazém do Campo Porto Alegre, neste mês de abril, fará suas noites culturais com temáticas relacionadas com marcos internacionais para serem relembrados. "Internacionalizemos a luta, internacionalizemos a esperança" será o nome dessa série de eventos políticos culturais, que começa nesta quinta-feira (13), às 19h, com a memória da luta do povo venezuelano.

Em 2023, completam-se mais de 20 anos da tentativa de golpe de estado na Venezuela. A sucessão de fatos iniciada no 11 de abril de 2002 levou à movimentação militar, dois dias depois, com a participação das massas populares, que culminou com a retomada da presidência de Hugo Chávez, no dia 13 de abril. Essa data passou a ser conhecido como "Todo 11 tem seu 13!".

O evento contará com a participação de militantes que fizeram parte de brigadas internacionalistas na Venezuela, trazendo seus relatos e compartilhando a experiência do MST. Após as falas, o Armazém do Campo Porto Alegre (Rua José do Patrocínio, 888, Cidade Baixa) contará com a apresentação do Grupo Direito ao Delírio, que traz em seu repertório canções referentes às revoluções latino-americanas.

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Armazém do Campo Porto Alegre realiza noite em homenagem a resistência do povo venezuelano / Reprodução

Experiência internacionalista

Marildo Mulinári, por exemplo, é produtor de arroz orgânico pela Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre e participou de um intercâmbio na Venezuela para compartilhar a experiência da produção arrozeira realizada no Rio Grande do Sul pelas famílias sem-terra. Ele estará no evento dessa quinta-feira (13).

“Dia 13 é um dia de comemoração dos mais de 20 anos de resistência e luta revolucionária do povo venezuelano e nós temos a alegria de compor essa organização chamada MST e temos a compreensão e a clareza da importância das nossas brigadas internacionalistas que atuamos com o espírito solidário e espírito revolucionário em vários países do continente latino-americano”, assinala Mulinari.

O produtor sem-terra e seu companheiro de movimento Airton Rubenich estiveram em solo venezuelano por 11 dias para socialização de seus conhecimentos sobre os processos de plantio, manejo e colheita do arroz ecológico, bem como do sistema de produção do MST e de suas cooperativas. O convite foi realizado após o presidente Nicolás Maduro ter conhecimento sobre a experiência do arroz orgânico do MST, o qual manifestou seu desejo em levar a produção do arroz ecológico das famílias sem-terra para a Venezuela.

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“Nós começamos um processo de experiência da produção de arroz orgânico lá na Venezuela, e foi um privilégio. No final de março deste ano os companheiros Airton e Carlos Pansera, da Terra Livre, retornaram para dar continuidade ao acompanhamento dessa experiência. Nós temos muitos companheiros do Brasil atuando nesse espírito solidário e isso demonstra a nossa grandeza e a nossa alegria de poder fazer parte dessa organização chamada MST”, enfatiza Marildo Mulinari.

Outra companheira que participará da noite no Armazém do Campo é Vanessa Witcel, formada em Serviço Social e especialista em Economia e Desenvolvimento Agrário. A experiência no internacionalismo da sem-terra iniciou no acompanhamento dos educandos de medicina humana na Escola Latino Americana da Venezuela, uma extensão da escola que possui sede em Cuba.

“No segundo e no primeiro ano que eu estava lá, eu acompanhei duas turmas, e essa era a minha tarefa principal, mas acabei me somando também algumas outras tarefas principalmente na área da formação”, relembra Vanessa.

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A sem-terra passou a acompanhar cursos nas comunas integralmente no seu terceiro e último ano de brigada juntamente com um coletivo de pessoas de diversos países da América Latina. “Parte do trabalho era na área da formação, mas também na área produtiva. Nós ajudamos a desenvolver as hortas e consolidamos alguns trabalhos de oficinas na parte da agroecologia” pontua.

De acordo com Vanessa, a contribuição dos companheiros internacionalistas do MST é, principalmente, a formação, a qualificação e a elevação de uma visão mais ampla da militância. “Quando vamos para as tarefas internacionais, podemos notar como contribuímos com esses movimentos, essas organizações com a nossa experiência, que é a experiência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra", salienta. 

Segundo ela, todo o conhecimento e experiência que os militantes sem-terra levam para suas brigadas internacionalistas, também retornam, com uma nova visão, com novos elementos e experiência. “Isso qualifica a nossa militância e faz com que mais militantes queiram participar de brigadas internacionalistas”, finaliza Vanessa.

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Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira