13 de abril de 2002

Resistência popular: O retorno de Chávez e a derrota do golpe pelas mãos do povo

Liderança de movimento que leva o nome de uma da vítimas da violência golpista analisa os atos de 13 de abril de 2002

Caracas (Venezuela) |

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População foi às ruas no dia 13 de abril de 2002 para pedir o retorno de Chávez ao poder - Martin Bernetti/AFP

Nos dias 11, 12 e 13 de abril de 2002, partidos de direita, setores das Forças Armadas e da imprensa deram um golpe de Estado na Venezuela que conseguiu afastar o então presidente Hugo Chávez do poder por 48 horas. 21 anos após os atos que redefiniram a política recente no país, o Brasil de Fato publica a parte final de duas entrevistas especiais com testemunhas que presenciaram os fatos históricos daquele período.


Depois de passarem todo o dia 11 de abril em frente ao Palácio Miraflores, sede do Poder Executivo da Venezuela, para apoiar o então presidente Hugo Chávez e tentar barrar o golpe de Estado, Alexis González e outros membros do movimento popular Coordenadora Simón Bolívar (CSB) decidiram voltar à sede da organização localizada na comunidade 23 de Enero. Mesmo com toda mobilização policial e militar nas ruas, não seria difícil subir o morro por conta de sua proximidade geográfica com o palácio presidencial. A ideia era se retirar provisoriamente para avaliar de forma coletiva a situação política do país que, àquela altura, estava convulsionando. Franco-atiradores mercenários haviam deixado dezenas de mortos e feridos, e militares de alto escalão começavam a abandonar a legalidade. As emissoras de rádio e televisão tradicionais culpavam o governo pelo caos e exigiam a renúncia de Chávez. Dentro do palácio, ministros, funcionários e o próprio presidente pareciam isolados, pois o canal estatal de televisão havia sido tomado pelos golpistas.

Buscando alguma informação confiável entre os chiados das TVs e dos rádios, os militantes tiveram que se apertar na pequena e mal iluminada sede da CSB. O relógio já marcava quase 20h30 quando Alexis decidiu sair da casa para checar o automóvel que os havia trazido morro acima. Minutos depois, vieram os disparos. Cachorros desatam a latir, os vizinhos espiam pelas janelas e alguém grita: "Corre! É a polícia!". Os primeiros que saíram à rua já encontraram Alexis cambaleando na direção oposta, ferido no tórax pelas balas da Polícia Metropolitana de Caracas. Antes de cair, o militante ainda teve tempo para dizer as frases que o eternizaram na memória da esquerda venezuelana: "Me mataram. Sigam lutando. Viva a revolução".

"Nesse momento, nós surgimos. Em memória a esse mártir dos acontecimentos do dia 11 de abril de 2002", conta ao Brasil de Fato Robert Longa, atual liderança do movimento que leva o nome do dirigente assassinado, a Força Patriótica Alexis Vive.

A história de Alexis González Revette e do 23 de Enero está diretamente ligada à derrota do movimento golpista de abril de 2002. Isso porque nem a repressão brutal que se instalou no país após a derrubada de Chávez, nem a morte de dezenas de chavistas como Alexis foram suficientes para conter as massas populares que desceram das comunidades pobres de Caracas para voltar ao Palácio Miraflores no dia 13 de abril. Desta vez, para cercar os golpistas e pedir o retorno do presidente que eles haviam eleito democraticamente.

Robert Longa, que no momento do golpe estava na cidade de Maracay, a poucas horas de carro da capital, conta que entrou em Caracas nas primeiras horas da manhã do dia 13. "A cidade estava transbordando, da mesma maneira que transbordou no Caracazo, só que dessa vez nós tínhamos uma direção, um projeto para seguir. Estávamos em um processo de insurreição", afirma.

O comprometimento da maioria dos meios de comunicação venezuelanos com o golpe e a perseguição aos funcionários do governo recém-derrubado dificultaram o acesso da população à informação, que só pôde se mobilizar massivamente no dia 13. À essa altura, os venezuelanos começavam a se inteirar do que, de fato, havia ocorrido entre a noite do dia 11 e a manhã do dia 12.

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Diante da ameaça de bombardeio contra o Palácio por parte dos militares golpistas, Chávez havia decidido se entregar e, na madrugada do dia 12, foi levado por oficiais do Exército ao Forte Tiuna, uma base militar localizada na capital. Antes de sair do Palácio, no entanto, o presidente deixou instruções claras aos ministros e funcionários que estavam no Miraflores: ele não havia renunciado, estava sendo levado por oficiais que encabeçavam um golpe de Estado e que esse movimento deveria ser denunciado ao país e ao mundo.

Militares e dirigentes opositores aproveitaram o espaço livre nos principais jornais televisivos e impressos do país para espalhar a falsa versão da renúncia de Chávez. O diário El Nacional, um dos maiores do país naquele momento, trazia a manchete "Chávez renunciou", além de um editorial insinuando que o presidente teria "problemas mentais". Em alguns programas de TV chegaram a mencionar uma suposta carta de renúncia do mandatário, cuja existência nunca foi provada.

Com Chávez detido, os golpistas ocuparam o Palácio Miraflores e nomearam Pedro Carmona Estanga como "presidente provisório". Acompanhando as marchas opositoras desde o início do dia 11, Carmona Estanga estava diretamente interessado na derrubada de Chávez, já que, naquele momento, ele era o presidente da Fedecâmaras, a maior entidade de empresários do país e um dos redutos mais radicais contra as reformas populares que o governo vinha implementando.

Durante sua autonomeação, na manhã do dia 12, o empresário anulou a Constituição que havia sido aprovada em 1999, fechou o Congresso, retirou o mandato de prefeitos e governadores e suspendeu outras garantias legais que atiraram o país em uma espécie de estado de exceção. Para tentar revestir de alguma "legalidade" sua posse, Carmona passou a dar diversas entrevistas ao longo do dia 12 aos meios de comunicação venezuelanos e todos eles já o tratavam como "presidente".

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Enquanto isso, nas ruas, batalhões da polícia e da Guarda Nacional que haviam aderido ao golpe reprimiam focos de manifestações chavistas que ainda tentavam se mobilizar na capital. Ministros de Chávez e outros dirigentes chavistas foram perseguidos pela Justiça, acusados de delitos estapafúrdios que serviam apenas para justificar suas prisões arbitrárias. Grupos violentos da direita chegaram a tentar invadir a embaixada de Cuba em Caracas porque acreditavam que o então vice-presidente Diosdado Cabello havia se refugiado na sede diplomática.

"Foi um golpe de caráter fascista também, isso ficou evidente no dia 12", afirma Longa. O dirigente participou das mobilizações de rua no dia 13 que foram cruciais para afugentar os golpistas e restituir Chávez ao poder.

Ao tomarem conhecimento da existência de uma carta que Chávez havia escrito de dentro da prisão e, clandestinamente, enviado a Caracas a dirigentes legalistas para reafirmar que não havia renunciado, uma enorme multidão se concentrou em frente ao Palácio, trazendo bandeiras e cartazes chavistas.

"Queremos ver Chávez!", gritavam os milhares de manifestantes que rodeavam o Miraflores. Do lado de dentro dos portões, membros da Guarda de Honra Presidencial decidiram agir: aos golpistas, disseram que dariam início a um plano de segurança contra os manifestantes, mas, na verdade, os soldados começavam a organizar a retomada do Palácio.

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Levaram apenas alguns minutos para que os oficiais rendessem os membros do governo golpista e controlassem toda a sede presidencial. Do telhado do Miraflores, os soldados agitaram uma bandeira venezuelana e suas boinas vermelhas para avisar os milhares de manifestantes do lado de fora que o plano havia funcionado.

Os ministros de Chávez foram carregados pelo povo para dentro do Palácio e voltaram a seus cargos. Horas depois, o vice-presidente Diosdado Cabello foi empossado provisoriamente para restabelecer a ordem constitucional até que Chávez fosse libertado. Nesse momento, o presidente estava detido por militares na ilha de Orchilla e foi necessário que oficiais da Guarda de Honra levassem um helicóptero para trazê-lo de volta ao Miraflores.

"Esse episódio sintetiza o que chamamos de união cívico-militar, o povo e os militares patriotas restituíram a ordem constitucional", classifica Longa.

Ao receber a reportagem do Brasil de Fato em seu escritório no coração do 23 de Enero para falar sobre os episódios de abril de 2002, o dirigente do movimento Força Patriótica Alexis Vive, antes de responder a qualquer pergunta, preferiu entoar uma melodia: "Y bajaron, y bajaron..." ("e desceram, e desceram", em tradução livre). Gravada pelo grupo Lloviznando Cantos, a canção fala sobre as milhares de pessoas que desceram dos morros onde estão as comunidades pobres de Caracas para defender Chávez. "E continuarão descendo, sempre e quando for preciso", assegura Longa.

Confira os principais trechos da entrevista:

Brasil de Fato: Movimentos populares e chavistas foram perseguidos durante o golpe. Muitos militantes foram mortos e feridos. Sua organização leva o nome de uma das vítimas. Poderia nos contar a história de Alexis González?

Robert Longa: Quando ocorreu o golpe, eu estava organizado na Coordenadora Simón Bolívar, organização na qual militava um camarada chamado Alexis González Revette. Ele era muito amigo de todos, claro, mas eu e ele tivemos muita ligação, vivemos muitos momentos, principalmente nas horas mais difíceis da minha vida, dentro de toda solidariedade revolucionária que deve ter um companheiro pelo outro. Enfim, eu o conheci, morei um tempo em sua casa. Conheci o lutador, mas também o pai, o amigo e o esposo. Alexis González me influenciou muito.

Ele foi assassinado no dia 11 de abril de 2002, aos 46 anos, na sede da Coordenadora Simón Bolívar, onde hoje em dia funciona uma casa de encontro do movimento. No dia 11 de abril, Alexis estava ali na sede quando ocorreu uma confrontação com a Polícia Metropolitana de Caracas. Esses policiais já o estavam seguindo e, nessa ocasião, atiraram nele. Eu não estava no local. Os companheiros que estavam ali contam que Alexis veio caminhando até a sede e disse ao companheiro Juan Contreras: "Me mataram, Juan".

No momento da confrontação, ele ainda conseguiu desarmar o policial e, quando chegou à sede, entregou a arma a Juan e disse: "Me mataram. Sigam lutando pela revolução, pátria ou morte", e caiu. A partir daí, do que ocorreu no dia 11 de abril de 2002, surgiu o movimento Coletivo Alexis Vive, hoje em dia chamado Força Patriótica Alexis Vive, em memória desse mártir.

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Quando e de que forma começou a reação popular ao golpe de abril de 2002?

Os dias 11, 12 e 13 de abril de 2002 foram dias carregados de tristeza, impotência, dor e emoções, mas também de dignidade. Durante todos esses dias vimos a mobilização fascista que havia sido gestada, sob uma trama desenhada para um golpe de Estado impulsionado pelo império que todos conhecemos. Também durante todos esses dias ocorreram marchas e contramarchas, nas quais o movimento popular se manteve ativo na defesa do Palácio Miraflores, porque a ideia deles era tomar Caracas, com a Polícia Metropolitana já sublevada, com os militares já sublevados em prol desse plano de reeditar o que chamam de golpe suave, um tipo de revolução colorida que depois vimos no que chamaram de Primavera Árabe.

Queriam fazer isso aqui na Venezuela e efetivamente conseguiram, ocorreu um golpe de Estado fascista. A Venezuela é um país presidencialista e em situações como essas, para o ordenamento militar, se não são tomadas as principais cidades, não se pode chegar ao poder. O comandante Chávez, na insurreição cívico-militar do dia 4 de fevereiro de 1992, conseguiu tomar parcialmente a Venezuela, mas não conseguiu cumprir os objetivos em Caracas. Ele mesmo disse, no dia 4 de fevereiro, ao cumprimentar seus companheiros, que na capital os objetivos não foram cumpridos, "por agora". Pedro Carmona Estanga e toda a cúpula golpista, entre militares e a burguesia apátrida, no dia 11 de abril, não conseguiram tomar o controle da Venezuela, mas chegaram ao poder em Caracas tomando o Miraflores. 

Nós entendemos esse processo como um golpe contra a esperança de um povo que foi - e segue sendo - colocada no comandante Chávez para a construção de uma nova era. Depois da queda do bloco soviético, essa seria uma nova esperança para o mundo. Naqueles dias vivemos momentos de depressão, de dor, de abalos emocionais. Me lembro de Lucas Rincón, ministro da Defesa naquele momento, dizendo que Chávez havia aceitado a renúncia e o impacto foi forte. O amor, no entanto, se manifestou. Porque, além disso, ninguém acreditava que Chávez havia renunciado. Esse povo havia se acostumado a escutar Chávez e ainda o escuta.

A reação veio quando surgiu aquela carta de Chávez que dizia: "Eu não renunciei". Automaticamente, a resistência deixou de ser resistência para se tornar um processo insurrecional, com grupos militares que se uniram ao povo, como o general [Jorge Luis] García Carneiro no Forte Tiuna e os oficiais da 41ª Brigada de Maracay, onde eu estava. Eu estive ali com muitas pessoas que queriam se alistar para ir ao combate em Caracas. Naquele momento, eu era militante da Coordenadora Simón Bolívar e, junto com meus companheiros, saímos com a 41ª Brigada em direção à capital para retomar o Palácio.


Alexis González Revette, morto durante o golpe de abril de 2002, aos 46 anos de idade / Reprodução

Como estava a cidade quando você chegou? Já era possível perceber que a mobilização popular seria massiva?

Caracas estava transbordando, como transbordou no dia 27 de fevereiro de 1989, quando ocorreu o Caracazo. A única diferença é que o Caracazo foi uma explosão social, o povo desceu dos morros, mas não tinha uma direção. Dessa vez, Caracas havia transbordado com uma referência histórica chamada Hugo Chávez e com uma direção política e militar que sabia o que queria, sabia para onde íamos. A Venezuela estava transbordando, nas autopistas, nas ruas, nas comunidades.

Estávamos em um processo de resistência e de insurreição, reivindicando a presença do líder da revolução do século 21. Porque Chávez não é apenas a liderança do que chamamos de socialismo do século 21, mas da revolução do século 21. Assim como Vladimir Lênin, no começo do século 20. Para nós, Chávez é como um Lênin na abertura do século 21. E o povo estava nas ruas por isso, com história, com um sentido de país, com um conceito bolivariano e zamorano da pátria grande, defendendo a ordem constitucional e pedindo a restituição do comandante Chávez.

Esse é um sentimento que existiu desde 1998 até nossos dias e segue tendo vigência. Os dias 11, 12 e 13 de abril estão latentes no coração dos venezuelanos, porque ratificamos que eles não voltarão e que a insurreição segue vigente. Hoje, nós estamos em um processo de contradições, mas a insurreição e as bandeiras que se inauguraram no dia 4 de fevereiro de 1992, quando Chávez se levantou, seguem vigentes para esse povo e para o movimento popular. Apesar de todas as contradições existentes, a memória e o legado de Chávez seguem vigentes.

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A imprensa venezuelana insistia em dizer que Chávez havia renunciado e que o país estava vivendo uma normalidade institucional. Como vocês se informaram fora de Caracas e depois de chegar à capital? 

Pelos meios de comunicação alternativos, pela guerrilha comunicacional. Toda a imprensa fascista e o establishment dos meios de comunicação mundiais se alinharam para derrubar Chávez. Então nós nos informávamos pelo boca a boca, pelos meios de comunicação alternativos e dessa situação nasceu a necessidade de fazermos uma guerrilha comunicacional, porque esse foi o primeiro exercício de articulação midiática prática para mobilizar o povo a defender a revolução bolivariana.

Qual foi a importância do 23 de Enero na mobilização popular contra o golpe no dia 13 de abril?

O 23 de Enero tem uma importância histórica. Segundo a geografia militar, o 23 de Enero é o fígado do Miraflores. O Palácio fica embaixo de uma colina que é o 23 de Enero, isso lhe dá uma posição de defesa natural. Assim como o Ávila é para Caracas, o 23 de Enero é uma fortaleza natural para o Palácio Miraflores. Eu não digo isso de maneira arrogante ou prepotente, mas sim porque geograficamente o 23 de Enero é uma colina que fica acima do Palácio Miraflores e não é casual que os 10 últimos golpes de Estado da história contemporânea do nosso país, incluindo a insurreição cívico-militar de Chávez em 1992, foram dirigidos a partir do que, hoje em dia, é o Quartel da Montanha onde estão enterrados os restos mortais do comandante Chávez, que antes era o Ministério da Defesa.

Os estrategistas sempre tiveram que se colocar ali para dar um golpe de Estado. Quem está no Quartel da Montanha tem uma visão privilegiada do Miraflores. Além disso, o 23 de Enero, com seus antecedentes históricos de bairro combativo, com escolas de esquerda de defesa popular, teve um papel preponderante sobre outras comunidades porque é a entrada ao centro do país, é a boca que se abre ao centro. A resistência que os grupos de vanguarda tiveram aqui contra as forças policiais foi um pilar fundamental para que, desse bolsão de resistência, fossem liberadas as comportas para que o povo avançasse ao Miraflores. O povo que vinha da região oeste, claro. Também vieram pessoas de Coche, de El Valle, porque as autopistas estavam tomadas de gente também.


Robert Longa viajou de Maracay a Caracas na manhã do dia 13 de abril para se juntar às mobilizações / Lucas Estanislau

Os militares tiveram um papel central na retomada do Palácio. Mas se as mobilizações populares não tivessem ocorrido de maneira tão massiva, você acredita que teria sido possível reverter o golpe?

Para nós, revolucionários, não pode haver avanço militar se não há leitura política. O povo sempre será o abrigo fundamental e imprescindível para qualquer ação de defesa ou ofensiva revolucionária. Se não há povo, não há revolução. Não pode haver uma ação militar que não esteja acompanhada de uma análise política. O povo teve um papel fundamental na vanguarda dessa insurreição cívico-militar, porque haviam militares comprometidos.

Lembre-se que nossos militares não vêm de uma lógica de castas, eles vêm do interior, das comunidades, não são elitistas. Nossos militares têm um Carupanazo [rebelião militar de esquerda de 1962], um Porteñazo [rebelião militar comunista de 1962] e um 4F. Eles são o povo em armas, têm uma herança libertadora e Chávez trabalhou muito esse exercício de incorporação dos movimentos populares na lógica militar. O dia 13 de abril de 2002 foi a síntese do processo de união cívico-militar, que se expressou na defesa da ordem constitucional da revolução bolivariana e do seu líder, o comandante Chávez.

Como se sobrevive a um golpe de Estado?

Havia duas formas de morrer naquele momento, mas também neste tempo presente. Os traidores perdem a vida, mas os revolucionários a oferecem. Seguimos à disposição para oferecer a nossa permanentemente, pelo legado de Chávez e pelos sonhos que estão presentes em nós e em nossos mártires. Oferecer a vida como um presente, não como um sacrifício, pelo que acreditamos, por nosso povo e pelo projeto chavista. E Chávez... bom, pode parecer irônico, mas Chávez está encantado. Se trata de oferecer a vida por quem deu a vida por nós. Como ele dizia: "amor com amor se paga". A memória, a entrega, a imolação do comandante Chávez não merece outra coisa senão a defesa desse processo e oferecer nossas vidas por essa pátria grande que ele sonhou.

Edição: Thales Schmidt