CRISE HUMANITÁRIA

Segundo agência da ONU, ao menos 47 mil pessoas fugiram do Sudão rumo ao Egito

Um total de 100 mil sudaneses cruzaram a fronteira; país vizinho é principal destino

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Novos combates na capital sudanesa, Cartum, nesta quinta-feira (4) - AFP

A Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) indicou que ao menos 47 mil sudaneses cruzaram a fronteira com o Egito desde o início dos enfrentamentos no Sudão, no último 15 de abril.

De acordo com o porta-voz da agência, o país do noroeste da África é a nação que mais cidadãos sudaneses acolheu desde que começou o conflito no Sudão. 

"Segundo as cifras que a ACNUR tem recebido do Ministério de Assuntos Exteriores do Egito, até o dia 3 de maio mais de 50.000 pessoas haviam cruzado o Egito, entre elas 47 mil sudaneses e 3,5 mil nações de países terceiros", assegurou o porta-voz do organismo, Christine Beshay.

A funcionária afirmou que várias agências da ONU se encontram para prestar ajuda às pessoas na fronteira entre ambos os países, que fugiram do conflito armado entre o exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) e que já provocaram ao menos 550 mortes, segundo dados oficiais.

Cristiane Beshay assegurou que a missão da ONU apoiará a coordenação da ACNUR para responder às necessidades dos refugiados e aumentar a assistência às pessoas através da Meia Lua Vermelha egípcia.

Ao menos 100.000 sudaneses cruzaram a fronteira do país, sendo o Egito e Chad as nações que mais cidadãos receberam, segundo dados da ONU.

A agenda da ONU para refugiados estima que cerca de 800.000 pessoas poderiam fugir do conflito no Sudão, que causou uma catástrofe humanitária no país africano.

O secretario geral da ONU, António Gueterres, reiterou nesta quarta-feira  (3) uma convocatória às partes do conflito para estabelecer um corredor humanitário seguro no Sudão.

Em que pese tenha tido início nesta quinta-feira uma trégua de sete dias, os grupos em conflito violaram a pausa humanitária, da mesma maneira que fizeram em outras ocasiões.