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Boicote, sanção econômica, marco legal: Carrefour é criticado após mais um caso de racismo

Ativistas do movimento negro, políticos e personalidades cobram ações para combater a reincidência da rede francesa

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Douglas Belchior criticou o Carrefour, após mais um caso de racismo na rede francesa - Imagem: Divulgação

Após um casal negro ser agredido em uma unidade do Grupo Carrefour em Salvador, as redes sociais foram tomadas por críticas e cobranças por respostas à sequência de casos de racismo protagonizados pela multinacional francesa no Brasil.

Douglas Belchior, uma das lideranças nacionais da Coalizão Negra por Direitos, protestou em seu perfil no Twitter. "É preciso parar o Carrefour e seus aliados. Até quando vamos tolerar casos reiterados de violência e racismo promovidos por esta corporação? Vamos esperar que ocorra outro assassinato brutal como o de Beto Freitas (João Alberto), de Porto Alegre?", perguntou o ativista.

Em 2023, o Carrefour tem enfileirado casos de racismo em suas unidades. A reincidência incomodou também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que criticou o grupo francês.

"Se eles querem fazer isso no país de origem deles (França), que façam, mas não permitiremos que eles ajam assim aqui", avisou Lula, em discurso no dia 10 de abril, durante reunião com seus ministros para celebrar os 100 dias do governo.

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"A lista é extensa...na área interna, na área externa, nas proximidades. O fato é que o Grupo Carrefour está sempre envolvido em casos de racismo. E a narrativa é sempre a mesma. Desculpas não são suficientes para acabar com esse ciclo de violência, de tortura e morte", comentou a deputada federal Jandira Feghalli (PcdoB-RJ).

O deputado federal Orlando Silva (PcdoB-SP) também lamentou o episódio e pediu empenho de seus pares no combate à política da multinacional. "Carrefour é reincidente em práticas racistas! É reincidente em violência contra o povo preto! Congresso Nacional erra ao ser refratário a penalidades econômicas duras contra práticas racistas. Essa é a única língua que eles entendem. A luta continua."

A atriz Elisa Lucinda pediu que os brasileiros deixem de comprar na rede de supermercados do grupo francês. "O horror como política do Carrefour. Não venham me repetir que não reconhecem o funcionário como de vocês. Não é uma exceção. O Carrefour agride negros? Então boicote geral de negros e brancos antirracistas. Quem vem?", perguntou a artista.

Confira algumas das inúmeras manifestações contra o racismo do Carrefour:

Edição: Nicolau Soares