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Participação do MST no governo é contribuição para saídas mais populares, avalia Kelli Mafort

Entrevista com a membro da Secretaria-Geral da Presidência foi realida durante a Feira Nacional da Reforma Agrária

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Mais de 320 mil pessoas prestigiaram a Feira da Reforma Agrária durante os 4 dias de evento em São Paulo - Foto: Guilherme Gandolfi @guifrodu

Prestes a completar 40 anos de existência, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é alvo de uma possível investigação pelo parlamento e se esquiva da criminalização de ações como a ocupação de terras improdutivas em várias regiões do país. Mas os desafios de um dos maiores movimentos populares não se resumem a luta pela terra. Hoje, com membros que são oficialmente parte do governo, mira também no combate a fome e na justiça social com o objetivo de colaborar com a gestão de Lula na diminuição das mazelas sociais para as pessoas menos favorecidas. 

"Nós ainda não estamos em uma situação de normalidade do ponto de vista democrático. Nós ganhamos a eleição e que bom que existe Luiz Inácio Lula da Silva, mas nós ainda temos uma situação de fascismo que tomou conta de uma parcela da população brasileira e isso é uma ameaça frontal as conquistas que nós obtivemos no regime democrático. Então é preciso que todas as organizações e a sociedade se comprometam com o governo. E foi isso que o movimento sem terra refletiu e decidiu dispor dos seus militantes para poder ajudar esse governo. Nós humildemente estamos lá para contribuir na reconstrução do país, para que ele possa ter saídas mais populares", diz Kelli Mafort, secretária nacional de Diálogos Sociais e Articulação de Políticas Públicas na pasta do ministro-chefe Márcio Macêdo (PT) e membro licenciada da coordenação nacional do MST.

A conversa com Kelli sobre o seu papel no governo e a atuação do movimento foi realizada pela jornalista Camila Salmazio durante a transmissão especial de rádio na 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária. Na entrevista, feita no domingo, a secretária nacional fez uma avaliação do evento que retornou ao Parque da Água Branca depois da cinco anos da última edição. 

"Eu acompanho as realizações das feiras desde a primeira edição e vejo uma grande maturidade dos trabalhadores e trabalhadores, das cooperativas e associações nessa quarta edição. A gente vê o quanto cada um está com vontade de falar da sua região, do seu estado, das dificuldades da luta pela reforma agrária. Então houve um crescente dessa quarta edição e a gente esta tendo reconhecimento", avalia. 

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Durante o evento foram doadas 25 toneladas de alimentos trazidos pelos produtores de 24 estados especialmente para essa finalidade. Os alimentos foram doados para 20 intutuições da grande São Paulo e contou com a benção de Padre Julio Lancellot, reconhecido pelo seu trabalho de combate a fome e de proteção junto a população de rua. Kelli destaca a importância da solidariedade, umas das principais bandeiras do MST. "O movimento sem terra doou 8 mil tonelaas de alimentos da reforma agrária, com uma grande parceria e apoio da sociedade durante a pandemia, mas também durante esse período que ainda segue, porque a fome tem muita pressa. Só que essa ação acabou ativando uma série de formas e modalidades de praticar a solidariedade. Então se multiplicaram no país as cozinhas comunitárias, as hortas urbanas, os roçados solidários nas áreas de assentamentos e também os bancos populares de alimentos. Teve também a formação de agentes, pessoas da própria comunidade que recebiam esses alimentos e através da educação popular faziam um trabalho sobre a questão da pandemia, saúde, a importancia do alimento saudável. Então foi uma grande rede de cooperação. Agora o governo tem que apreender dessas práticas dos movimentos como um todo, não só do MST, para propor políticas públicas que se encontrem com essa prática efetiva que foi a prática da resistência", destaca Maffort. 

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A secretária nacional destacou o papel do Governo Federal em fazer justiça no campo, em terras indígenas e de comunidades tradicionais que sofreram invasões e ataques nos últimos anos com o afrouxamento das fiscalizações e o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. "Nós estamos diante de situações muito grave e a sociedade brasileira precisa ajudar. A Secretaria Geral da Presidência, da qual eu faço parte, está coordenando um processo de desintrusão de uma terra pública que também é uma terra indígena no município de Santa Luzia, no Pará, onde nós queremos restituir aos indígenas o seus territórios, porque há 50 anos eles estão sofrendo com violações de madeireiros e até com o tráfico de drogas. Estamos falando de 250 mil hectares nessa desintrusão. Então o governo federal está predestinado a fazer justiça no campo. E quem tiver dentro da lei, que tiver produzindo vai ser beneficiado. Agora aquelas pessoas que querem invadir território indígena, quilimbola, território de assentamentos e só querem obter lucros, pra esses a justiça vai ser implacável, porque nós precisamos enfrentar essa situação de fome no país". 

A entrevista completa está na edição desta terça-feira do programa Bem Viver.

Marco Temporal

Um tema que parecia que era coisa do passado, foi ressuscitado pela bancada ruralista recentemente: o marco temporal. É aquele entendimento jurídico que muda completamente o processo de demarcação de terra índígena. Ele estabelece que só podem ser regularizado territórios que estavam sendo ocupados pelo povo em 1988, quando houve a promulgação da Constituição.

Para juristas, especialistas no assunto, a proposta é inconstitucional e funcionaria como uma manobra pra impedir que terras indígenas sejam demarcadas. A proposta estava estava apagada no Congresso, mas nos últimos dias parlamentares da bancada ruralista estão articulando pra que o projeto seja votado, como mostra a reportagem de Alex Mirkhan.

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Edição: Camila Salmazio