O Brics pode aumentar, afirmaram representantes da Rússia e da China nesta quarta-feira (31). As declarações foram dadas pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, e o diretor do Departamento da América Latina do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Schetinin.
As falas ocorrem após o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarar durante agenda no Brasil que seu país tem interesse de entrar no bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a expansão do bloco depende de um pedido formal dos venezuelanos, mas ressaltou ser "favorável" ao plano.
Em coletiva de imprensa, a chancelaria chinesa foi perguntada sobre as intenções de Maduro e disse defender o aumento da "família" do Brics.
"Como uma importante plataforma de cooperação entre mercados emergentes e países em desenvolvimento, o Brics está comprometido em defender o multilateralismo, avançando vigorosamente na reforma do sistema de governança global e aumentando a representação e voz dos mercados emergentes e países em desenvolvimento. Tornou-se uma força positiva, estável e construtiva nos assuntos internacionais. A China sempre acredita que o Brics é um mecanismo aberto e inclusivo e apoia o processo de expansão do Brics. Mais e mais países se inscreveram para ingressar no Brics e esperam ingressar na cooperação dos Brics. Estamos prontos para trazer mais parceiros com ideias semelhantes para a grande família dos Brics", destacou Ning.
Já os russos falaram por meio da Sputnik Brasil. Schetinin afirmou que a possível candidatura da Venezuela será analisada e que a proposta de Maduro é apreciada.
"A declaração de Maduro reflete àquele crescente prestígio que o Brics está adquirindo no atual ambiente internacional através de sua visão sobre os acontecimentos, suas avaliações e seu modelo de cooperação em uma base de igual para igual, sem sanções e pressão", disse o diplomata russo.
Banco dos Brics também quer crescer
Durante discurso da abertura da Sessão Plenária da 8ª Reunião Anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o Banco dos Brics, a presidenta da instituição financeira, Dilma Rousseff, também defendeu sua expansão. Dilma defendeu na terça-feira (30) que o NBD pode ser "o principal banco de desenvolvimento para mercados emergentes e países em desenvolvimento".
"Ao diversificar suas fontes de financiamento, ampliar sua rede de parcerias e expandir sua base de associados, o NDB visa ampliar seu alcance global como uma plataforma que pratica o verdadeiro multilateralismo, promovendo uma cooperação mais ampla entre os países em desenvolvimento", disse a ex-presidenta do Brasil.
A íntegra do discurso de Dilma na reunião do Banco dos Brics pode ser lida no link (em inglês).
Além dos membros do Brics, o NBD também conta com a participação de Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Egito. O Uruguai foi admitido em 2021, mas ainda precisa depositar recursos para ser reconhecido como membro pleno.
Edição: Patrícia de Matos
