Guerra da Ucrânia

EUA dizem repudiar ataques da Ucrânia ao território russo: 'Não queremos encorajar'

Departamento de Estado dos EUA diz querer evitar uma 'escalada nesta guerra'; Drones atingiram Moscou na terça

Rio de Janeiro |
Porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, John Kirby, em uma coletiva de imprensa no Pentágono em 19 de maio de 2022 - Kevin Dietsch / AFP

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, John Kirby, reafirmou nesta quarta-feira (31) a política da Casa Branca de não apoiar ataques do exército ucraniano em território russo.

Em entrevista à CNN, Kirby destacou que o lado ucraniano garantiu aos EUA que não usaria armas recebidas do Ocidente para tais ataques.

"Pretendemos continuar a fornecer a eles o que precisam para se defender e proteger seu território, solo ucraniano, mas não apoiamos ataques à Rússia", disse Kirby.

No começo da terça-feira (30), a capital russa de Moscou foi alvo de diversos ataques com drones. De acordo com o Ministério da Defesa russo, oito drones atingiram a cidade e seus arredores horas depois de Kiev ter sofrido ataques aéreos pela Rússia. A pasta afirmou que a defesa conseguiu repelir com eficácia a ofensiva. Não houve vítimas.

A Ucrânia, por sua vez, nega envolvimento no episódio.

"Dissemos que não queremos encorajar ou facilitar ataques dentro da Rússia porque não queremos que a guerra se transforme em ainda mais violência do que já aconteceu com o povo ucraniano", acrecentou o porta-voz.

Ao mesmo tempo, Kirby observou que Washington permite e dá condições às Forças Armadas da Ucrânia de conduzir operações militares na Crimeia, nas regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporozhye e Kherson para retomar o controle desses territórios. 

"Concordamos que os ucranianos têm direito à autodefesa. Nos últimos 15 meses não fizemos quase nada além de ajudá-los a se defender e proteger seu território dessa agressão russa", disse Kirby.

A Rússia anexou a Crimeia em 2014. As outras regiões ucranianas foram incorporadas à Federação Russa em outubro do ano passado. Anteriormente, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que as novas regiões russas devem ser integradas ao espaço jurídico único do país o "mais rápido possível". 

John Kirby lembrou também que a retórica do Kremlin para justificar a guerra na Ucrânia é de que Moscou combate o Ocidente. Segundo ele, essa narrativa não pode ser entregue para o líder russo. 

"Acho que todos nós entendemos que se dermos a Putin o que ele afirma, que esta é uma guerra com o Ocidente, uma guerra com os Estados Unidos, uma guerra com a Otan, haverá muito mais sofrimento no continente europeu. Portanto, nós não queremos uma escalada nesta guerra", disse John Kirby.

Edição: Thales Schmidt