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Mães de vítimas do Estado discutem violência contra população negra com Dino e Silvio Almeida

Encontros com ministros ocorrem terça (31) e quarta (1); "vamos parir um novo país", diz representante das Mães de Maio

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Mães de Maio, criado após a morte de 500 jovens na periferia de São Paulo em 2006, é uma das entidades que estarão em Brasília nesta semana - Foto: Olivia Soulaba/Mães de Maio

Nesta terça (31) e quarta-feira (1) uma comitiva de mães e familiares de pessoas vitimadas pelo Estado tem agenda com membros do alto escalão do governo e também do parlamento, em Brasília (DF), para discutir a violência praticada por agentes públicos, contra, especialmente, a população negra e periférica do país.

Estão marcados encontros com os ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, além de representantes da pasta da Igualdade Racial.

São sete coletivos de mães que participam da agenda. Um deles é o Mães de Maio, criado em 2006 para protestar contra a Polícia Militar (PM) de São Paulo que, naquele ano, em apenas um mês, realizou ações que resultaram na morte de 564 jovens da periferia da capital paulista.

"Quando temos uma violência estatal planejada, contra nós, negros, moradores de favela e periferias, nós que sabemos a dor do genocío, do sistema presidiário, temos propriedade para falar olho no olho de cada ministro a mudança emergencial que precisa ser implementada no país", afirma Débora Maria Silva, coordenadora e fundadora do Mães de Maio, em entrevista ao Bem Viver, programa da Rádio Brasil de Fato nesta quarta-feira (31).

Em maio de 2006, quando aconteceram as ações da PM, Geraldo Alckmin havia recém deixado o cargo de governador de São Paulo para concorrer à Presidência da República nas eleições daquele ano. 17 anos depois, o político chega ao governo como vice-presidente, ao participar da campanha vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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"Não é à toa que os dois chegam nesse momento no governo. Nós sempre tivemos diálogo com governos de esquerda, mas nunca conseguimos frear um centímetro a metralhadora do Estado. Chegou na hora do presidente Lula ter diálogo com essas mães. E o vice também precisa sentar, ouvir e saber o que foi o governo dele que não teve a menor idoneidade para falar o que aconteceu", comenta Silva.

A mobilização dos coletivos de mães teve apoio da organização Iniciativa Negra, ação que atua na área de advocacy em direitos humanos e reformas na política sobre drogas.

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Membra da entidade, Juliana Borges comenta que "a atual política de drogas vem sustentando essas ações de violência contra nossos territórios, contra essa população". "A guerra às drogas é usada como justificativa para a permanência da violência do Estado contra certa parcela da população", argumenta a escritora, que atua também como conselheira da Plataforma Brasileira de Política de Drogas.

Memória e reparação

Outra agenda do coletivo de mães é participar de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Em pauta está a discussão e votação do PL 2999/2022, que institui uma política de atendimento psicossocial e jurídico especializado para mães e familiares de vítimas de violência do Estado.

"As mães lutam por dignidade humana, já passou de direitos humanos. Nós precisamos garantir um apoio psíquico, porque tem mãe que morre por doença mental por conta da dor e falta de respostas", explica Débora Maria Silva.

A coordenadora do Mães de Maio afirma, também, que o coletivo precisa de "um pedido de desculpas. Precisamos a garantia do Estado de que a memória dos nossos filhos continue existindo, para que não aconteçam mais crimes como os de maio [de 2006]".

"Estamos indo para Brasília para parir um novo país. O Brasil precisa ouvir as mães de maio para que a gente construa uma nova sociedade", finaliza.


Card Bem Viver / Brasil de Fato

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Edição: Nicolau Soares