Atos golpistas

Parlamentares pedem a saída de André Fernandes da CPMI do dia 8 de janeiro

Embora seja o autor do pedido da criação da CPMI, o deputado bolsonarista é investigado pelo STF por instigar atos

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
André Fernandes (PL-CE) - Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) pediu o afastamento e a substituição do deputado bolsonarista André Fernandes (PL-CE) da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a tentativa de golpe ocorrida no dia 8 de janeiro. O pedido foi negado pelo presidente da comissão, Deputado Federal, Arthur Maia (União Brasil-BA) e encaminhado para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Embora seja o autor do pedido da criação da CPMI, o deputado bolsonarista é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por instigar os atos criminosos do dia 8 de janeiro, publicando vídeos nas suas redes sociais convocando a população para participar das manifestações golpistas que resultaram na invasão dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF e na depredação do patrimônio público.

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Segundo o parlamentar, outros 12 deputados assinaram o requerimento solicitando o afastamento de André Fernandes na CPMI. Ao justificar seu pedido, o deputado Rogério Correia lembrou que "O deputado não é apenas investigado, mas já indiciado pela Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República vai decidir quanto ao oferecimento da denúncia criminal. Ou seja, é bem provável que o deputado passe a ser réu no processo daqui a pouco, mas já está indiciado". 

A primeira postagem de André Fernandes foi publicada no dia 6 de janeiro. Pelo Twitter, o parlamentar escreveu: "Neste final de semana acontecerá, na Praça dos Três Poderes, o primeiro ato contra o governo Lula. Estaremos lá".


O deputado federal André Fernandes (PL-CE) e um dos principais apoiadores de Bolsonaro chegou a publicar no Twitter, na noite de sexta-feira, que participaria do ato golpista em Brasília. / Foto: Reprodução/Redes Sociais


O tweet foi apagado, mas o print da postagem circula na internet. / Print do Twitter

No dia do ato terrorista, o parlamentar postou a foto de uma porta quebrada do gabinete do Ministro Alexandre de Moraes com os dizeres. "Quem rir vai preso". A PGR considera que o parlamentar incitou o crime, e provocou a prática de ebulição violenta do Estado Democrático de Direito.  

Além do parlamentar cearense, as deputadas bolsonaristas Clarissa Tércio (PP-PE) e Silvia Waiãpi (PL-AP) também são investigadas. Eles são suspeitos dos crimes de terrorismo, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.

Fonte: BdF Ceará

Edição: Francisco Barbosa