Guerra

Objetivo final da contraofensiva da Ucrânia é recuperar Crimeia, diz assessor de Zelensky

Putin argumenta que ação militar em 'larga escala' dos ucranianos não está tendo sucesso

Rio de Janeiro |
Um tanque ucraniano dispara em direção à posição russa perto da cidade de Bakhmut, região de Donetsk, em 26 de janeiro de 2023, em meio à guerra da Ucrânia. - Anatolii Stepanov / AFP

Autoridades ucranianas começaram a falar abertamente sobre o início da contraofensiva na guerra e os seus objetivos concretos. Em entrevista à CNN na última segunda-feira (12), o vice-chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, Igor Zhovkva, declarou que o objetivo final da ação militar é a retomada do controle de todos os territórios ocupados do país, incluindo a Crimeia.

Sem especificar detalhes das operações das Forças Armadas da Ucrânia, o assessor de Volodymyr Zelensky confirmou que ações da contraofensiva estão em andamento, mas destacou que elas ainda podem levar meses para atingir as metas.  

"O objetivo final da campanha de contraofensiva é recapturar todos os territórios, incluindo a Crimeia", disse o assessor presidencial.

Zhovkva também destacou que esta não é a primeira contraofensiva do exército ucraniano, lembrando que as tropas russas recuaram de posições onde antes haviam estabelecido controle, como nas regiões de Kharkov e Kherson.

No último sábado (10), o presidente Zelensky disse que ações de contraofensiva e defensiva estavam em andamento na Ucrânia, mas não especificou em que estágio.

O Ministério da Defesa informou na segunda-feira (12) que em uma semana militares ucranianos libertaram sete assentamentos em regiões operacionais do leste da Ucrânia. 

O presidente russo, Vladimir Putin, por sua vez, declarou nesta terça-feira (13) que a contraofensiva da Ucrânia acontece "em grande escala".

Em uma reunião televisionada com blogueiros militares russos, Putin disse que a ofensiva de Kiev envolve ataques em diferentes direções, mas destacou que a Ucrânia não teve sucesso em muitas áreas.

"As perdas da Ucrânia são dez vezes maiores que as da Rússia", disse o líder russo, acrescentando que "a Ucrânia perdeu 25-30% dos veículos fornecidos do exterior".

EUA: êxito ucraniano pode levar Rússia a negociações

Já o o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, afirmou que uma contraofensiva ucraniana bem-sucedida pode não apenas fortalecer a posição de Kiev durante futuras negociações de paz, mas também influenciar Moscou em direção à diplomacia.

Em uma coletiva de imprensa conjunta com o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, nesta terça-feira (13), Blinken afirmou que a contraofensiva pode aproximar a paz, não afastá-la.

"O sucesso da Ucrânia na contraofensiva poderia fazer duas coisas. Isso fortaleceria sua posição em qualquer mesa de negociação que surgisse. Também poderia levar Putin finalmente a se concentrar nas negociações para acabar com a guerra que ele começou", disse Blinken.

Ele destacou também que os Estados Unidos ainda não veem que a Rússia está pronta para trabalhar no restabelecimento de uma paz justa e duradoura.

Edição: Thales Schmidt