Presencial e Online

18ª edição da Mostra de Cinema de Ouro Preto celebra a música preta brasileira

Mostra de Cinema de Ouro Preto celebra a música preta do Brasil e traz debates, rodas de conversa, oficinas e 125 filmes

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Crianças participam de uma das sessões do Cine-Escola, na 18ª CINEOP - © Leo Fontes/Universo Produção

Segue até a próxima segunda-feira (26), a 18ª edição CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, que este ano contará com atividades presenciais e online. O evento, totalmente gratuito, chega à maioridade com destaque e homenagens à música preta brasileira, debates políticos, oficinas e 125 filmes na programação. 

A mostra é a única do país com enfoque específico no cinema como patrimônio e na preservação e história da sétima arte nacional. O componente educacional também é prioridade na pauta. 

“São três temáticas que estão estruturando a programação. A temática histórica, trazendo as imagens da música preta no Brasil; a temática preservação, enfocando o patrimônio audiovisual brasileiro em rede, para darmos conta desse Brasil imenso - precisamos ter uma rede nacional de arquivos audiovisuais - e a temática educação, falando da educação digital, dos desafios, da inteligência artificial e como isso está impactando a educação”, explica Raquel Hallak, coordenadora da mostra.  

Ela define o evento como “um espaço de luta pela salvaguarda do imenso patrimônio audiovisual brasileiro.” 

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Além de cinema, a música estará presente, especialmente a música preta. A mostra fará uma homenagem a Tony Tornado, ícone cultural do Brasil. O ator e cantor foi escolhido para receber o Troféu Vila Rica na abertura oficial do evento, que acontece na quinta-feira (22). No dia seguinte ele participará de uma roda de conversa com o público e fará um show a noite ao lado do filho, Lincoln. 

“É um privilégio homenagear Tony Tornado, esse ator e cantor de 93 anos, nossa inspiração, que está em plena atividade. Ele vai falar exatamente da trajetória e do percurso dele. É percurso guerreiro. Ele defendeu os direitos civis, foi precursor do movimento da black music brasileira. Vamos curtir essa sonoridade que é maravilhosa e única.” 

A história da música preta no Brasil também será celebrada em nove longas e treze curtas-metragens. Na lista estão clássicos, como Uma Nega Chamada Tereza (1973), filme de Fernando Coni Campos, estrelado por Jorge Benjor e Rio Zona Norte (1957), de Nelson Pereira dos Santos, um dos criadores do Cinema Novo.

Também serão exibidos documentários e cinebiografias, como Paulinho da Viola, meu Tempo é Hoje (2003) e Simonal – Ninguém Sabe o Duro que Dei (2009), de Calvito Leal, Cláudio Manoel e Micael Langer.  

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, estará presente na abertura do evento. Na sexta-feira (23) ela participa ainda do Debate Inaugural da mostra, com o tema Memória e Criação para o Futuro.  

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“Temos a oportunidade do diálogo, de estar aqui abraçando todo mundo e de mostrar como som, imagem e o corpo na tela fazem toda a diferença na história do cinema brasileiro, que acabou de completar 125 anos. Em 18 deles, estamos aqui, em Ouro Preto, fazendo história, deixando um legado. Para falar de cinema como patrimônio, mostrar para essa nova geração que temos que preservar, produzir e dar acesso”, afirma Hallak. 

A programão da CineOP conta 125 filmes nacionais e também da Argentina, Colômbia, Equador e Estados Unidos. São 30 longas, 9 médias e 86 curtas-metragens. As obras serão exibidas em pré-estreias e em 9 mostras temáticas em nove mostras temáticas, Contemporânea, Homenagem, Preservação, Histórica, Educação, Valores, Mostrinha e Cine-Escola, as duas últimas para crianças e jovens.  

Edição: Rodrigo Durão Coelho