não ao sucateamento

Metroviários de SP pedem apoio de movimentos contra demissões; greve está no radar

Categoria realizará assembleia para discutir paralisação; na próxima semana, plenária inédita terá diferentes setores

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Categoria está mobilizada internamente e quer ampliar movimento contra terceirização e privatização - Divulgação/Sindicato dos Metroviários SP

Diante da ameaça de terceirização e demissões do Metrô de São Paulo pelo governo chefiado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), o Sindicato dos Metroviários e Metroviárias se mobiliza e convoca a sociedade em busca de apoio contra o sucateamento. A categoria não descarta uma greve, que será discutida em Assembleia Gral Extraordinária nesta quinta-feira (13).

No último mês de abril, Tarcísio contratou estudos para concessão das linhas restantes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e, segundo o jornal Folha de S. Paulo, o governador planeja privatizar também todas as linhas estatais de metrô até o fim de seu mandato.

De acordo com o sindicato, após esses últimos movimentos houve uma série de ataques à categoria. Três operadores de trem foram demitidos por envolvimento na colisão de dois trens do monotrilho, em março. Outros trabalhadores teriam sido mandados embora após terem sido testemunhas em um processo.

A categoria denuncia ainda um "sucateamento generalizado", com falta de pessoal, desvios de função e sobrecargas de trabalho. Além disso, foi marcado um pregão para contratação de empresa para o serviço de manutenção da linha 15-Prata para o próximo dia 27 de julho, o que pode ser um indício de abertura da entrega de todo o serviço.

"Isso é um ataque sem precedentes. E com certeza é um movimento no sentido de terceirizar todo o serviço de manutenção do metrô, o que vai precarizar muito o serviço. E é um ataque trabalhista forte contra os metroviários, haja visto que a manutenção é um polo de mobilização importante e ele sabe que se esvaziar esse setor, facilita a vida dele para privatização da companhia", destacou ao Brasil de Fato o metroviário Bernardo Lima, diretor do sindicato.

Outros setores ameaçados

Para ampliar a discussão, os metroviários convocaram ainda uma plenária inédita. A ideia é reunir outras categorias, representantes de movimentos populares e lideranças políticas para uma luta conjunta contra outras ameaças de privatizações, como a da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

"Estamos chamando essa plenária com os movimentos e sindicatos da cidade, inclusive parlamentares da esquerda, para que a gente possa fazer uma luta unificada contra essas privatizações, seja do Metrô, da CPTM, da Sabesp; e contra os ataques à qualidade de vida da cidade de São Paulo, do Estado de São Paulo, a partir da privatização desses serviços", destacou Lima.

A plenária acontecerá na próxima segunda-feira (17), às 10h, na sede do sindicato (Rua Padre Adelino, 700, Belém). "Queremos discutir nossa greve com todas entidades e personalidades que se opõem à destruição do estado, promovida pelo governo Tarcísio", diz a convocação.

Outro lado

Em contato telefônico com o Brasil de Fato, a assessoria de imprensa do Metrô de São Paulo confirmou que os três trabalhadores envolvidos no incidente no monotrilho foram demitidos em decorrência do caso. A empresa não comentou os outros pontos da pauta da mobilização sindical.

Edição: Rodrigo Durão Coelho