Democracia e diálogo

Observatório do SUS: iniciativa inédita amplia debate sobre a saúde pública no Brasil

Espaço de mobilização, debate e proposições é vínculado à Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz)

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Iniciativa quer promover mobilização, debates e proposições para garantir a democratização da saúde - © Tutz Dias / Unsplash
O foco é avançar rumo à consolidação do SUS, à defesa da vida e à concretização do direito à saúde

Inspirada em uma iniciativa colocada em prática ao longo da pandemia da covid-19 e que foi essencial para o enfrentamento da emergência sanitária, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou um projeto inovador nesta semana. O Observatório do SUS pretende reunir a sociedade brasileira em torno dos debates e soluções de questões históricas do Sistema Único de Saúde.  

O espaço de mobilização, discussões e proposições vai reunir entes governamentais, pesquisadores e pesquisadoras, sociedade civil, movimentos populares, trabalhadores e trabalhadoras para acompanhar a conjuntura do SUS, propor caminhos para questões estruturais e aprimorar as políticas do setor. 

Vinculado à Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), o Observatório do SUS nasceu da experiência com o Observatório da Covid-19. Ao longo da emergência sanitária, ele foi responsável por uma rede de cooperação científica inédita no Brasil. De lá saíram análises, informações, propostas, por meio de um acompanhamento sistematizado e em tempo real da pandemia. 

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A bagagem adquirida no combate ao coronavírus também comprovou a importância de fortalecimento do Sistema Único de Saúde na prática. Tanto que o preparo para novas emergências dessa natureza é uma das pautas do Observatório. Eduardo Melo, vice-diretor da Escola de Governo em Saúde da Ensp/Fiocruz, explica que a iniciativa atuará utilizando diferentes estratégias.  

“Inicialmente vamos trabalhar com alguns ciclos de debates em torno de questões estruturais do SUS, como financiamento, regionalização e as relações interfederativas, assim como as carreiras profissionais. Ao longo do tempo, outras estratégias serão incorporadas, em termos de comunicação, elaboração de proposições e produção de novos materiais, seminários e oficinas.” 

Ele pontua que, além dos temas e desafios estruturais, o Observatório também vai abordar novas discussões, como a digitalização da saúde e as mudanças climáticas. Nas palavras de Melo, as atividades serão pautadas na visão de que a saúde um direito de toda a população e um dever do Estado. 

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“Diferentes temáticas serão trabalhadas pelo Observatório ao longo do tempo. Sempre buscando acompanhar o que está acontecendo no cenário nacional, aprofundar a compreensão e o debate sobre essas questões, sobre experiências e, também, acionando, oportunamente, experiências internacionais que possam nos ajudar a refletir e encontrar proposições adicionais para avançarmos rumo à consolidação do SUS, à defesa da vida e à concretização do direito à saúde.”

O primeiro seminário do Observatório, em parceria com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), terá como tema central o financiamento do Sistema Único de Saúde e está marcado para o dia 1º de setembro.  

Edição: Rodrigo Durão Coelho