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Agência da ONU afirma que ondas de calor serão cada vez mais frequentes e intensas

Organização Metereológica Mundial alerta para riscos específicos de altas temperaturas durante período noturno

Brasília (DF) |
ONU também destaca que desigualdades sociais afetam riscos das altas temperaturas entre a população - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ondas de calor intenso devem aumentar em frequência, intensidade e duração. Este é o alerta da Organização Metereológica Mundial (OMM), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU) que foi fundada em 1950. 

O posicionamento nesta terça-feira (18) por parte da agência, em uma coletiva de imprensa para jornalistas, ocorre em um momento de recordes de temperatura no hemisfério Norte, onde é verão. No início de julho, o planeta bateu por dois dias consecutivos o recorde de temperatura média. De acordo com a OMM, a onda de calor não está perto de acabar.

A OMM também anunciou que está monitorando possíveis novos recordes, o que impactará seu relatório sobre o estado climático do planeta.

John Nairn, conselheiro sênior da OMM, afirma que as temperaturas altas são especialmente preocupantes para a saúde humana no período noturno. "Altas temperaturas noturnas contínuas são particularmente perigosas, porque o corpo é incapaz de se recuperar do calor prolongado. Isso leva ao aumento de casos de ataques cardíacos e morte”, afirmou. 

De acordo com a agência da ONU, cerca de 60.000 mil mortes ocorreram no último verão europeu por conta deste fenômeno. Nairn lembra que o risco é maior para idosos e que, com o envelhecimento da população, a incidência deste tipo de caso deve também aumentar. 

O consultor classificou a onda de calor extremo como "consequência da mudança climática". "Estamos perdendo o gelo do Pólo Norte e isso está reforçando esse mecanismo e continuará por algum tempo", complementou. 

A ONU ainda destaca que os efeitos do calor extremo são intensificados por variáveis sociais, como as condições de habitação da população mais pobre e que, neste sentido, governos devem tomar medidas para identificar pessoas que estão sob risco mais elevado de morte durante a permanência das altas temperaturas. 

 

 

Edição: Leandro Melito