Fim do sufoco?

Argentina anuncia pré-acordo para pagamentos ao FMI ainda neste ano

Ministro da Economia e candidato presidencial, Sergio Massa, diz que objetivo é que dívida "não seja fator" na campanha

São Paulo (SP) |
O ministro da Economia da Argentina Sergio Massa, candidato às eleições presidenciais - Juan Mabromata / AFP

O ministro da Economia da Argentina anunciou no domingo (23) ter alcançado acordos para pagamentos da dívida do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para os meses de agosto e novembro, mas não especificou os valores dos repasses. A informação foi divulgada durante uma entrevista de Massa ao canal C5N.

Massa ainda afirmou que as cifras "cumprem largamente as expectativas que havia para este ano" e que dessa maneira será possível "tirar a discussão do FMI da campanha [eleitoral]".

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Sergio Massa, que também é o candidato do governo de Alberto Fernández para as eleições presidenciais de outubro deste ano, disse que foi difícil para o FMI "reconhecer" o impacto da seca que atinge a Argentina. O país vizinho ao Brasil registrou chuvas muito abaixo das médias e viu sua safra ser duramente atingida, o que diminuiu a entrada de dólares no país, que serviriam para criar divisas para o governo.

"Foi muito difícil para eles reconhecer a seca. Essa questão é levantada na agenda climática global dentro de choques externos não econômicos. É bom que as organizações coloquem a questão do clima, do meio ambiente e seu impacto na economia em suas agendas", disse Massa. 

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O ministro ressaltou que o empréstimo com o fundo internacional foi contraído pelo ex-presidente Mauricio Macri e disse que "temos uma dívida que foi assumida pelo tio jogador da família que foi ao cassino, perdeu, foi ao agiota do bairro, foi ao cartório e é o ex-presidente Macri".

Embora Massa não tenha aberto os valores acertados com o Fundo, fontes do Ministério da Fazenda disseram para a agência estatal de notícias Telam que as cifras devem girar por volta de US$ 10 bilhões até o final do ano. Fontes do governo argentino também destacaram o "forte apoio e envolvimento da Casa Branca e do Congresso dos EUA para promover o acordo".

As negociações, todavia, não estão finalizadas. O acordo ainda precisa ser chancelado pela Diretoria do FMI.

Edição: Patrícia de Matos