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Bem Viver celebra os 50 anos do álbum Secos & Molhados que marcou a história da MPB

O músico Gerson Conrad fala da criação das canções que atravessaram cinco décadas de maneira atual e política

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O músico fez parte da formação original do grupo e participou da criação do icônico álbum Secos e Molhados - Foto: Arquivo pessoal

Dois jovens rapazes, um estudante de arquitetura e um jornalista português recem chegado ao Brasil, se reuniam, ora na casa de um, ora na de outro para criar e compor canções que mais tarde se tornariam verdadeiras jóias da música brasileira. Os dois eram João Ricardo e Gerson Conrad, que junto com Ney Matogrosso formaram os Secos & Molhados, nome que também batizou o primeiro disco do grupo. 

"A gente morava na mesma rua. O João era um pouco mais ousado, ele sempre vinha com ideias, apesar de ser um músico mais limitado, ele conhecia poucos acordes no violão, mas era dono de uma criatividade sem precedentes. Eu trazia uma formação mais forte em termos de conhecimento musical pelo fato de ter estudado em escola espanhola de guitarra. Ali juntou a fome com a vontade de comer.", relembra Gerson Conrad, autor de diversas composções do grupo. "Evidentemente que o processo de criação acabou sendo, em termos de números e de composições, maior dele. Isso, inclusive, acabou sendo motivo de discórdia porque nós tinhamos acordado que a partir do momento daquele primeiro disco, os próximos nós teríamos uma divisão mais equitativa."
 


Capa do álbum que vendeu mais de 100 mil cópias e ganhou as paradas de sucesso / Foto: Reprodução

Os bastidores relativamente simples não revelam a grandeza do álbum que combinado com apresentações ousadas, figurinos e maquiagens marcantes fez com que o projeto ganhasse grande notoriedade e atravessasse o tempo ainda jovem. "Ele continua atual por gerações. São 50 anos que a gente continua sendo notícias, ganhou prêmio de melhor capa de todos os tempos.Sou muito grato por ter tido a sorte de começar profissionalmente com os Secos & Molhados", conta Conrad em entrevista concedida ao jornalista do Brasil de Fato Lucas Weber.

A banda com a formação original durou pouco tempo, mas as canções, como "Rosa de Hiroshima" ainda são regravadas 50 anos depois pela inventividade e o forte teor político. Apesar da forte repressão e cerceamento de artistas que ousaram enfrentar o regime militar, Conrad conta que as letras das canções do álbum passaram  debaixo dos olhos dos militares. "Nós passamos meio despercebidos. Dentro daquele período cinzento muitos artistas foram perseguidos e eu tenho a impressão de que o grande trunfo dos Secos & Molhados foi que nós tinhamos a consciência de ter um trabalho altamente politizado, porém não partidário e esse tipo de coisa confundiu a cabeça dos militares", analisa o artista. 

Conrad conta como foi o processo de composição de "Rosa de Hiroshima". A canção é um poema de Vinicius de Moraes com melodia do músico e protesta contra as bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos sob as cidades japonesas de Hiroshima e Nagazaki em 1945 durante a Segunda Guerra Mundial. "A gente estava estudando grandes nomes da nossa literatura e ganhamos a antologia do Vinicios de Moraes que eu levei para casa e chegando no quarto atirei o livro em cima da minha escrivaninha. E ele caiu aberto no poema Rosa de Hiroshima e logo me chamou atenção porque tratava-se de uma temática universal e entendi que tinha tudo a ver com o traballho que estavamos buscando, pelo caminho politizado que a gente buscava."

Conrad leu o poema diversas vezes e foi dormir pensando naquela história. "Quando foi mais ou menos três e meia da manhã eu acordei  e me fiz uma pergunta: que partido 99% dos compositores adotariam para trabalhar um poema que já é forte por si só? Ai eu tive o grande insith de criar uma música que não brigasse com o poema, uma melodia muito doce que destacasse o poema. Eu acho que esse foi o grande pulo do gato em relação ao sucesso imediato que fez a música", destaca.

A entrevista completa com o integrante dos Secos & Molhados esta na edição desta quinta-feira do Programa Bem Viver.

Censo Indígena 

Lideranças de diversas etinias acreditam que o primeiro Censo do IBGE Indígena ainda não representa a realidade dessa população. O número de 1,7 milhões de indígenas que vivem no Brasil pode ter sido subestimado. Isso porque há desafios de geolocalização para ter contato com alguns grupos como as comunidades isoladas ou aquelas que ficam em locais de difícil acesso. 



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Edição: Camila Salmazio