Emergência

Flórida é atingida pelo furacão mais forte em mais de um século

Apesar da destruição causada pelo Furacão Idalia, Ron DeSantis se recusa a reconhecer a emergência climática

Brasil de Fato | Nova York (EUA) |
O furacão que afetou sobretudo a costa oeste da Flórida pode dar a volta e atingir a costa leste na semana que vem - AFP

O Furacão Idalia atingiu o noroeste do estado da Flórida, nos Estados Unidos, na manhã desta quarta-feira (30). O furacão é o mais forte a atingir a região conhecida como Big Bend em mais de 125 anos. 

A passagem do furacão levou ao aumento do nível do mar na região e trouxe muita chuva. Como consequência, casas e carros ficaram submersos nas regiões mais atingidas. Na Flórida e na Geórgia, quase meio milhão de pessoas ficaram sem energia elétrica.

Um estudo conduzido por Tom Knutson, cientista sênior da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês), mostrou que o aquecimento global gerado pela espécie humana vem tornando furacões como este mais comuns e perigosos.

O motivo seria a alta nas temperaturas da água no Golfo do México. As águas quentes servem de combustível para essas tempestades, algo que sempre aconteceu na região mas que, agora, acontece de forma mais potente. Em julho deste ano, também segundo a NOAA, a temperatura das águas na região bateram um recorde, estando 1,09ºC acima da média.

Algumas previsões sobre o Furacão Idalia afirmam que ele poderia voltar para a Flórida na semana que vem, após adentrar o Oceano Atlântico entre a Carolina do Sul e a Carolina do Norte. Desta vez, a região mais afetada seria a costa leste do estado, onde fica Miami.

:: Furacão Idalia passa por Cuba e causa quedas de energia e inundações ::

Para Ron DeSantis, não é hora de falar de mudanças climáticas

Mesmo em meio ao cenário devastador, o governador da Flórida não está interessado em falar sobre mudanças climáticas. Pré-candidato à presidência pelo Partido Republicano, Ron DeSantis criou uma cena sobre o assunto no primeiro debate do partido, na semana passada.

Martha MacCallum, uma das mediadoras da Fox News que conduziu o debate, pediu para que os candidatos que acreditam que a ação humana é responsável pelas mudanças climáticas levantassem a mão. DeSantis, então, pediu a palavra e afirmou que ele e os demais candidatos “não eram crianças na escola” e que essa não era a forma de tratar o assunto.

Questionado pelo outro moderador, Bret Baier, se ao pedir a palavra DeSantis estaria levantando a mão e, portanto reconhecendo a culpa humana pelas mudanças climáticas, o governador afirmou que não.

Edição: Thales Schmidt