Rotina de ofensas

Violências contra mulheres: Conselho de Ética investigará Salles e Zucco, que dirigem CPI do MST

Outros cinco parlamentares também são alvo de processos instaurados nesta quarta (30)

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Deputado Coronel Zucco(Republicanos - RS), presidente da Comissão, e deputado Ricardo Salles(PL-SP), relator da CPI. - Bruno Spada / Câmara dos Deputados

Em reunião na manhã desta quarta-feira (30), o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu abrir inquérito para investigar o comportamento dos deputados federais Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), presidente e relator da CPI do MST, respectivamente.

Zucco é acusado de ter cometido violência política de gênero contra a deputada federal Sâmia Bombim (PSOL-SP), no âmbito da CPI do MST. Na posição de presidente da comissão, o deputado teria silenciado a parlamentar desligando seu microfone.

Sâmia Bomfim teria sido vítima de Salles também. O relator da CPI teria atacado a deputada com discurso gordofóbico. Em suas redes sociais, o deputado publicou um texto direcionado a parlamentar usando um emoji de hambúrguer.

:: Parlamentares vítimas de ataques lesbofóbicos se organizam contra ameaças coordenadas de 'estupro corretivo' ::

Outro processo em tramitação no Conselho de Ética é contra o deputado federal Abílio Brunini (PL-MT), que teria feito comentários transfóbicos sobre a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), durante a CPI do 8 de janeiro, em 11 de julho deste ano. A acusação foi feita por Rogério Carvalho (PT-SE).

Enquanto Hilton se manifestava no âmbito da comissão, Brunini teria se manifestado fora do microfone, conta Carvalho. "O senhor Abilio foi homofóbico, fez uma fala homofóbica quando a companheira estava se manifestando, ele acusou e disse que ela estava oferecendo os serviços. Isso é homofobia."

Vítima, Sâmia Bomfim também se tornou investigada. A parlamentar é acusada de ter agredido verbalmente o General Girão (PL-RN). Em audiência da CPI do MST, ela teria chamado o parlamentar de "bandido", "golpista", "terrorista" e "fascista".

:: Investigado pelo STF, presidente da CPI do MST tenta calar deputada e esconder os fatos ::

O deputado federal Marcon (PT-RS) é acusado de ter dito que a facada recebida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria sido "fake". A insinuação teria ocorrido durante o discurso de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados. A fala não foi captada pelo microfone da Casa.

Por citar o caso das joias, em que Bolsonaro é acusado de desviar patrimônio da União para benefício próprio, Glauber Braga (PSOL-RJ) também será investigado pelo Conselho de Ética. O parlamentar falou do episódio durante discussão com o filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro.

Edição: Thalita Pires