EM CURITIBA

Após ação do MBL, Universidade Federal do Paraná repudia agressões contra aluna e funcionária

Oito integrantes do movimento entraram na instituição na última sexta-feira (1º) sob argumento de ‘denunciar vandalismo’

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Momento em que integrante do MLB atira spray de pimenta contra estudante da UFPR - Reprodução UFPR

Um tumulto desencadeado a partir da entrada de oito integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) na Universidade Federal do Paraná (UFPR) deixou duas pessoas feridas. O episódio ocorreu na última sexta-feira (1ª).

Em nota divulgada neste sábado (02), a UFPR condenou a ação do grupo, que, segundo a instituição, ingressou no local e “começou a registrar imagens e vídeos no 6º andar”, onde estão localizados os centros acadêmicos. 

Segundo a universidade, os seguranças pediram que as gravações fossem interrompidas, uma vez que filmagens e fotografias nas instalações da UFPR requerem autorização prévia. A orientação, no entanto, não teria sido respeitada pelo grupo, que argumenta que a ação fez parte de uma “iniciativa que expõe a depredação e o vandalismo praticado por alunos de universidades públicas".

Neste momento se iniciou um tumulto, e um dos integrantes do MBL, com spray de pimenta na mão, ameaçou alunos que protestavam contra a ação do movimento.

A nota da UFPR relata que foi nesta hora que uma funcionária terceirizada se aproximou e foi agredida com um soco no estômago.
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Após uma dispersão, os membros do movimento começaram a sair das dependências da universidade. Durante o percurso, imagens registraram um integrante atirando spray de pimenta contra um aluno.

Em um novo tumulto, dessa vez fora da universidade, uma aluna da UFPR teria sido jogada ao chão e sofreu ferimentos. O MBL diz que “em nenhum momento os membros do movimento partiram para a agressão contra estudantes, muito menos contra funcionários da universidade.”

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A instituição afirmou que  “prestou todo o apoio necessário à trabalhadora terceirizada e à aluna ferida, para registro do Boletim de Ocorrência e realização do exame de corpo de delito". Estamos ainda à disposição para oferecer suporte adicional no que for necessário.”

Ao lamentar o ocorrido, a universidade disse que “condena veementemente ações de grupos organizados que buscam promover invasões e confrontos com o objetivo de ganhar notoriedade nas redes sociais”. 

“Invasão de grupos organizados”

Não foi a primeira vez que militantes do MBL entraram em uma universidade pública para "fiscalizar espaços públicos de ensino". Em julho, um episódio semelhante ocorreu na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 

Na ocasião, integrantes do grupo entraram em um prédio parcialmente desativado onde o movimento estudantil se reúne e começaram a remover pichações e intimidar alunos presentes no local. 

Eles retornaram no dia seguinte para pintar as paredes, mas foram impedidos de entrar. Após a entrada forçada, a situação escalou para um embate físico com os estudantes, que resultou em relatos de agressões a João Bettega, um dos integrantes do MBL.

A Universidade Federal de Santa Catarina condenou a violência, mas classificou a ação do movimento como "invasão" de "grupos organizados".
 

Edição: Geisa Marques