Tem que liberar

Uso medicinal da maconha é aprovado por 76% da população brasileira, indica Datafolha

Eleitores de Lula e Bolsonaro concordam com o uso da planta como remédio

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O uso medicinal da maconha é uma pauta antiga de diversos setores da sociedade - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Pesquisa do Datafolha divulgada neste sábado (23) mostra que 76% dos brasileiros aprovam o uso da maconha para fins medicinais. A planta pode ser utilizada para o tratamento de patologias como insônia, depressão, inflamações, doenças reumáticas, epilepsia, glaucoma, Alzheimer, Mal de Parkinson e esclerose múltipla, entre outras.

Chama a atenção que o uso medicinal da maconha une lulistas e bolsonaristas, espectros distantes da política brasileira. Entre os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 82% aprovam o uso da planta para o tratamento de doenças. Entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o apoio é mais tímido, mas ainda é majoritário. Ao todo, 69% dos bolsonaristas afirmaram que apoiam o uso da maconha para fins medicinais.

Hoje, o Brasil depende de raras autorizações judiciais para plantio de maconha medicinal para o desenvolvimento de pesquisas para a área. Porém, de acordo com o Datafolha, 67% dos brasileiros são favoráveis a liberação do cultivo da planta no país, para que seja usada por pesquisadores e para fins farmacêuticos.

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Neste grupo de favoráveis ao plantio no Brasil, 73% dos eleitores de Lula apoiam a medida e 24% a rejeitam. Já entre bolsonaristas, 59% são favoráveis e 39%, contrários.

Apenas 3% dos entrevistados do Datafolha admitiram utilizar remédios a base de maconha. Entre os 97% que afirmaram nunca terem utilizado medicamento que tivesse princípio ativo da planta, 60% disseram que aceitariam o tratamento com uso da maconha.

Para a pesquisa, o Datafolha escutou 2.016 pessoas, entre os dias 12 e 13 de setembro, todas maiores de 16 anos. A margem de erro divulgada pelo instituto é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Edição: Nicolau Soares