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Funcionários do Metrô e da CPTM encerram greve contra privatização, mas seguem mobilizados

Sindicalistas dizem que diálogo com a população foi exitoso; metroviários voltam a discutir paralisação na segunda (9)

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Greve de trabalhadores da CPTM, do Metrô e da Sabesp recebeu apoio de outras categorias - Paulo Pinto/Agência Brasil

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo decidiu encerrar a greve realizada nesta terça-feira (3) contra a privatização. Em assembleia, os trabalhadores votaram pelo fim da paralisação e decidiram realizar uma nova reunião na próxima segunda-feira (9), para decidir sobre nova greve.

Os trabalhadores da CPTM e da Sabesp já haviam deliberado por uma paralisação de 24 horas. Portanto, todas as linhas de trem e metrô de São Paulo estarão em funcionamento normal nesta quarta-feira (4).

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Em entrevista ao Brasil de Fato, Altino de Melo Prazeres, coordenador do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, afirmou que o movimento foi foi bem-sucedido por dar visibilidade ao tema. "Estamos todos de parabéns, [tivermos] o apoio da população. Queremos fazer um desafio para o governador: fazer um plebiscito oficial pra decidir se é correta ou não a privatização", disse ele. 

Renê Vicente, tesoureiro do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), também considerou positivo o movimento. "As três categorias conseguiram parar e forçaram o governo a vir a público colocar o posicionamento dele, colocar algo que ele vem fazendo: acelerar o processo de privatização sem discussão", disse. "Ele vem se reunindo com prefeitos, vem cobrando celeridade da Assembleia Legislativa mas não debate com a sociedade."

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O próximo passo, de acordo com Vicente, é manter a unidade e reforçar o plebiscito popular sobre a privatização das três empresas. A votação é  uma iniciativa de trabalhadores, sindicatos e movimentos populares para gerar diálogo com a população. "Esse é o ponto principal que conseguimos com a paralisação: chamar a atenção da população para os riscos que ela corre diante da privatização", disse. 

Edição: Thalita Pires