ORIENTE MÉDIO

Governo de Israel e oposição formam gabinete de guerra para conduzir ofensiva contra o Hamas

Conflito, que chega ao quinto dia, já deixou mais de 2 mil mortos entre palestinos e israelenses

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"Procurado por genocídio e crimes contra o povo palestino", diz cartaz em manifestação no Chile: Netanyahu é o líder de um governo em crise, que se uniu à oposição para lidar com a guerra - Martin BERNETTI / AFP

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e um dos líderes da oposição, Benny Gantz, fecharam um acordo nesta quarta-feira (11) para formar um governo nacional de emergência. A informação foi divulgada pela imprensa local em meio aos ataques em curso contra o Hamas.

De acordo com o jornal Times of Israel, Gantz exigiu a criação de um pequeno gabinete de guerra com um número menor de ministros que teriam poderes para tomar decisões sobre a ofensiva, mas Netanyahu insistiu que ele terá a palavra final.

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A ideia do seleto grupo também teria sido rejeitada pelo ministro de Segurança Nacional, Itamar Bem Gvir, que criticou o histórico de Gantz como chefe do Estado-Maior, embora tenha negado publicamente que se opõe à entrada dele no gabinete.

No entanto, segundo apuração, os líderes chegaram a um acordo durante reunião em Tel Aviv nesta manhã e ainda devem acertar os detalhes do plano, que possivelmente incluirá como ministros o ex-chefe de gabinete Gadi Eisenkot e o ex-ministro da Justiça Gideon Saar.

Já o chamado "gabinete de guerra", que conduzirá Israel durante a ofensiva contra o Hamas, será comandado por Netanyahu, Gantz, o atual ministro da Defesa, Yoav Gallant, Eisenkot e o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer. O novo Executivo ampliado deve se reunir em breve em Tel Aviv.

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O outro líder da oposição Yair Lapid permanece fora do acordo. O parlamentar israelense já havia proposto ao Netanyahu a formação de um gabinete especial para sustentar politicamente o governo durante a nova ofensiva militar nos territórios palestinos. A oferta aconteceu no sábado (7) após a ofensiva do Hamas.

Naquele dia, Segundo Lapid, a oferta foi apresentada ao primeiro-ministro como um "gabinete provisório de guerra", com o objetivo de "supervisionar a campanha difícil, complexa e prolongada que temos pela frente".

O mesmo procedimento de um "gabinete de guerra" já foi adotado às vésperas da Guerra dos Seis Dias, em 1967, que reconfigurou as fronteiras do país com a anexação de territórios egípcios e sírios.

O novo conflito entre Israel e Hamas, o pior em 50 anos, entrou no seu quinto dia com um balanço de mais de 2 mil mortos de palestinos e israelenses.

(*) Com Ansa.