ESCALADA

Caminhões refrigerados para transporte de sorvete são usados para armazenar corpos em Gaza

Número de mortos no enclave palestino passa de 2,6 mil; mais de 700 são crianças

São Paulo (SP) |
Ataques aéreos israelenses deixam rastro de destruição de morte na Cidade de Gaza - Mohammed Abed / AFP

Caminhões que antes eram usados para transportar sorvetes para supermercados agora são necrotérios improvisados na Faixa de Gaza, onde o número de mortos não para de subir. Segundo as autoridades de saúde do local, os ataques aéreos do exército de Israel já deixaram mais de 2,6 mil pessoas mortas até a tarde deste domingo (15). Entre as vítimas fatais estão mais de 700 são crianças.

Com falta de espaço nos cemitérios, a saída encontrada foi armazenar os corpos dos mortos nos caminhões, mas nem isso é suficiente: há também corpos guardados em tendas. As autoridades da Cidade de Gaza afirmaram estar cavando covas comuns para enterrar os mortos.

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A situação da saúde na Faixa de Gaza beira o colapso, com corte de eletricidade, água e suprimentos. Trabalhadores de hospitais no norte do enclave afirmaram que não vão evacuar a região, conforme ordenado por Israel, já que é impossível transportar os pacientes em estado grave. Sob a ameaça de uma invasão terrestre iminente, os profissionais da saúde decidiram ficar ao lado dos pacientes.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, afirmou que a ordem de evacuação dada por Israel é uma sentença de morte para as pessoas sob cuidados médicos.

Marting Griffiths, subsecretário-geral da Coordenação de Assuntos Humanitários e de Ajuda de Emergência, postou na rede social X (antigo Twitter) que "sem água, eletricidade, comida e medicamentos, milhares irão morrer".

O número total de mortos no conflito, que começou no dia 7 de outubro, passa de 4 mil: 2,6 vítimas do lado palestino, e 1,4 do lado israelense. Segundo a Defesa Civil palestina, há mil pessoas desaparecidas debaixo de destroços em Gaza e 126 israelenses são mantidos como reféns pelo Hamas.

Edição: Patrícia de Matos