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Encontro Nacional de Estudantes Indígenas completa 10 anos e reivindica universidades menos eurocêntricas

Com data marcada para ano que vem, evento será realizado em Brasília para cobrar maior participação do MEC no debate

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Encontro reuniu mais de mil pessoas em Rio Tinto, na Paraíba - Divulgação/Enei

Antes mesmo do fim do 10º Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (Enei), os mais de mil participantes do evento já discutiam a importância da mobilização do ano que vem. Marcado para agosto de 2024, o Enei será em Brasília (DF), com intenção de pressionar o governo a dar mais atenção ao maior encontro de estudantes indígenas do país.

Neste ano, o encontro que aconteceu entre os dias 16 e 20 de outubro em Rio Tinto (PB), na Aldeia Jaraguá. O evento reuniu estudantes das cinco regiões do país e trouxe como tema "Conjuntura da Presença Indígena no Ensino Superior na Última Década".

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O evento celebrou a presença de integrantes do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), como o secretário executivo da pasta Eloy Terena, que foi um dos fundadores do Enei em 2013. Porém, o evento reivindica maior atuação do Ministério da Educação (MEC), que não respondeu aos pedidos feitos pela organização do evento ainda em julho deste ano.

"Estamos na 10º edição e a gente não conseguiu ainda sequer conversar com a Sesu [Secretaria de Ensino Superior] dentro do espaço do Enei. E aí, em Brasília, esse vai ser o desafio por estar próximo do governo", afirma Poran Potiguara, membro da organização do evento, em entrevista ao programa Bem Viver desta segunda-feira (23).

Segundo Poran Potiguara, os estudantes indígenas querem dialogar com o governo para encontrar maneiras de deixar as universidades brasileiras menos "eurocêntricas e cartesianas". Estamos reivindicando um novo momento [para as universidades], que discuta uma nova ciência, uma ciência nossa, do Brasil. Que possa ser inclusiva, não só para nós indígenas, mas para quilombolas, ciganos, LGBTQIA+", cita Potiguara.

Segundo a liderança, o diálogo com o MEC é fundamental para discutir mais investimentos em políticas voltadas para permanência estudantil, principalmente pensando na realidade dos povos indígenas.

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"Tem que tratar uma série de questões, né? Do choque cultural, de toda a questão da adaptação nas universidades, porque as universidades estão nas capitais ou nas grandes cidades e a gente tem que se deslocar nas nossas comunidades para viver na capital", explica.

Poran Potiguara lembra que no ano em que foi realizado o primeiro Enei, em 2013, foi criada a Bolsa Permanência focado para estudantes indígenas e quilombolas. "Esse programa foi se perdendo, foi deixando de existir ao longo do tempo e isso impactou diretamente na nessa permanência. No governo Bolsonaro a gente nem teve sequer a inscrição dos estudantes indígenas", denuncia Potiguara.

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Neste ano, os valores das bolsas dessa população passaram de R$ 900 para R$ 1.400. Segundo o governo federal, atualmente, são beneficiados mais de 3,7 mil são estudantes indígenas e 3,9 mil são quilombolas.

Fora o aumento, outro avanço celebrado pelo Enei é a iniciativa de universidades públicas criarem vestibulares indígenas, como é o caso da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Outro exemplo é a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que realiza o vestibular em diferentes cidades do país, inclusive Tabatinga (AM) e São Gabriel da Cachoeira (AM), esta última considerada a cidade com maior proporção de indígenas do país.

O Ministério da Educação foi questionado sobre a falta de resposta ao Enei e não respondeu até o fechamento desta reportagem.


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Edição: Thalita Pires