QUESTÃO PALESTINA

Presidente da Federação Palestina do Brasil critica chamar massacre israelense de palestinos de 'guerra com Hamas'

Presidente da Fepal denuncia desrespeito de Israel de acordos, genocídio do povo palestino e narrativa de guerra

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Presidente da Fepal denuncia atropelo de Israel contra os Acordos de Oslo (1993), genocídio do povo palestino e narrativa pró-EUA por parte dos meios de comunicação - Vinicius Loures - Câmara dos Deputados

Antes mesmo de iniciar a entrevista, Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), que tem se dedicado a denunciar o massacre que acontece neste momento na Palestina por parte do Estado de Israel, cita vários números assustadores da guerra:

“Estamos falando de 3 mil mulheres assassinadas. Nós estamos falando de perto de 12 mil assassinatos. Alguma coisa perto de 8 mil entre crianças e mulheres”.

Confira a entrevista exclusiva ao Brasil de Fato Paraná na qual o ativista de direitos humanos denuncia a propaganda de guerra, a ausência de respeito aos acordos desde a década de 90, e a invisibilização da questão Palestina.

Brasil de Fato Paraná. Você tem chamado de propaganda de guerra a divulgação da mídia como conflito Israel e Hamas e não uma guerra que tem causado o massacre do povo palestino.

Ualid Rabah. A Palestina não pode existir nessa narrativa pró-israelense e pró-estadunidense. Porém, de certo modo, a agenda da Palestina tem certa relevância no mundo atualmente. Então, inventaram um ator que necessariamente seja criminalizável (Hamas).

Isso nos dá a ideia de que está difícil criminalizar os palestinos como em outros momentos. Então, criminaliza-se um grupo. Acontece que tem uma falha aí. Que aconteceu no curso desses 30 dias de morticínio? Os apoiadores de Israel não têm freios. E foram para as redes sociais e começaram a desumanizar os palestinos.

Inclusive, uma parcela dos comentaristas dos grandes veículos de comunicação, que eu nem sei para que que servem esses comentaristas, né? Porque se você de vez em quando convida um comentarista especialista em alguma área para comentar alguma coisa no veículo de comunicação, tudo bem, agora, você ter ‘pseudo especialistas’ contratados para todo o dia.

Esses comentaristas, todos eles também perderam a mão e desumanizaram o povo palestino numa escala jamais vista. Começaram a justificar e dizer que toda a faixa de Gaza era associada diretamente ao Hamas e, novamente, sem falar necessariamente palestinos.

A própria denominação de “Gaza, Gaza, Gaza” o tempo todo é uma forma de não falar “Palestina”. Razão pela qual nós nos preocupamos desde há muito tempo: Você não deve falar em Gaza, você pode falar o território palestino de Gaza, pelas circunstâncias específicas. Quando o Hamas não existia, a onda era atacar a Organização pela Libertação Palestina (OLP), era atacar (Yasser) Arafat. Era atacar o Fatah.

Na verdade, era e é a mesma dinâmica. E quando você cria uma propaganda de guerra avassaladora, em que cria um fato abominável e, ao mesmo tempo, um monstro para este fato abominável, o que é que você faz também? Eu não sei se as pessoas concordam com o que eu vou dizer.

A invasão do Iraque, em 2003, foi chamada por um nome bonito, porque sempre tem um apelido para essas coisas, né?: “Choque e Pavor”. A propaganda de guerra tem essa função, de choque e pavor. E ela não pode ser dirigida para aqueles que já estão consigo. Claro, você vai ter que dar discurso para essas pessoas e não permitir que elas corram para o outro lado. Tem que ficar com você, mas a propaganda de guerra visa atingir o outro lado.
 

Por isso que uma parcela significativa dos setores democráticos e populares no Brasil, inclusive aqueles que estão nos veículos de comunicação, ficaram paralisados por alguns dias. E continuaram inclusive narrando e nos convidando. E nós temos que chamar atenção a cada início de entrevista.

Nesse sentido, como tem sido o apoio da esquerda brasileira e desse campo democrático e popular em solidariedade à causa Palestina?

Nos parlamentos, tivemos dificuldade de arrancar posições civilizadas de pessoas do campo democrático e popular. Os partidos do campo democrático e popular ficaram também paralisados, assim como no meio acadêmico. Também no meio artístico, que, aliás, está até agora. Eu estou falando também dos escritores no meio da cultura. Também ficaram paralisados setores muito importantes do campo civilizatório e isso é muito importante detectar para que nós sejamos capazes de decifrar isso.

Você pode resumir qual era a situação na Palestina, seja na Cisjordânia, seja no território palestino de Gaza, antes de outubro? Na história recente e também ao longo do século 20?

De um modo bem resumido. Desde 1896, quando Theodore Herzl escreve o Estado Judeu que é uma espécie de Minha Luta, de Hitler, sionista. Ele já prescreveu ali que a substituição da população originária deveria acontecer para, no seu lugar, ser estabelecido um Estado nacional, que seria um novo Estado nação, o primeiro da História a nascer do deslocamento massivo de uma população não originária em lugar da população originária.

Isso foi desenhado ali e definido de novo em 1897, no primeiro Congresso sionista em Basileia, Suíça. Depois disso, veio a declaração Walford de 1917. Ela tem um tripé, não cita o povo palestino uma única vez. Ela promete para os eurojudeus. Bom deixar bem claro. É uma terra que não é sua, que é a Palestina, para ser um lar nacional. Se retirar a palavra lar, que é uma palavra besta e colocar Estado, é isso que estava prometido.

A população originária não judaica terá afetados os seus direitos civis e religiosos. Aí nasce o apartheid. Depois disso, tudo começa na implementação do projeto colonial, capitaneado pelos britânicos, que obtêm uma declaração, obtém um mandato, aprovado em 1922. O mandato da Palestina, que tem 28 artigos. Nenhum deles cita o povo palestino.

Dali em diante, o processo é todo de limpeza étnica. De dezembro de 47 a 51, acontece a grande limpeza étnica, em que ninguém mais ou menos presta atenção nos números. 78% do território da Palestina foi tomada naquele momento, 88% da população Palestina foi limpada etnicamente. Essa é a maior maior limpeza étnica da História humana. O maior deslocamento forçado de uma população para ser substituída.

Em 70 anos, o projeto é exatamente esse, de substituição populacional. Nos acordos de Oslo (1993) havia aproximadamente 170 mil colonos na Cisjordânia. Hoje eles se aproximam de 800 mil. Ou seja, Oslo foi jogado no lixo pelos israelenses, e Gaza vive cercada desde 2005, bloqueada e cercada desde 2007. O que é que visa isso? Impedir que essa população tenha uma vida. Ou seja, colapsar a sociedade, tornar insustentável a vida em Gaza para que esta população se retire, saia dali, comece a imigrar.

Só que isso, malgrado todo esse bloqueio, não aconteceu até o presente momento, inclusive este é o sexto morticínio em larga escala contra a população palestina em Gaza. Nós afirmamos e algumas pessoas concordam, inclusive, que a vida que a população de Gaza leva é, no mínimo, análoga a dos campos de concentração. É não ter água potável, a não ser 10% da população com água com qualidade.

Segundo a ONU, há 60% quase de desempregados, 80% entre os jovens. A pobreza a partir de 80%, a miséria atinge 50% dessa população. Crianças, adolescentes e jovens que nasceram nesses 18 anos (de bloqueio) nunca saíram da faixa de Gaza.

O maior índice de doenças psiquiátricas e psicológicas em geral entre crianças do mundo está na faixa de Gaza. É importante destacar a quantidade de doenças que têm surgido na faixa de Gaza. Algumas doenças, como sarampo, varíola e outras que não existem mais praticamente no mundo, começaram a ressurgir na faixa de Gaza, e o câncer também aumentou a sua incidência e aumentou a mortalidade do câncer. Primeiro, por causa dos efeitos continuados e duradouros dos usos de bombas e, inclusive, o fósforo branco. Durante esse período de 18 anos.


Homem carrega o corpo de uma criança palestina morta em ataques israelenses próximo a um hospital em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza / Foto: Mohammed Salem - Reuters

São muitos os comparativos usados entre a situação na faixa de Gaza e um campo de concentração.

Os campos de concentração têm três características básicas. Primeiro, são um campo de aprisionamento dedada demografia, pelo que ela não é um campo de prisioneiros normal, em que eu prendo todas as pessoas que cometeram alguma coisa errada. Na realidade, ela reúne um dado grupo humano por uma característica que o torna criminoso.

Como os judeus, por serem judeus ou ciganos, por serem ciganos, ou os comunistas, por serem comunistas durante a Segunda Guerra Mundial, e outros grupos também pessoas. Neste momento, o critério para reunir os palestinos num campo de concentração chamado Gaza é serem palestinos. Então, esta é a primeira característica.

A segunda característica é que esta população trabalhe forçadamente para o dono deste campo de concentração. Isso aconteceu na Segunda Guerra Mundial, trabalhava-se na indústria bélica da Alemanha, e os palestinos fazem a mesma coisa. Eles saem da prisão ou do campo de concentração. Israel abre o portão, eles vão até lá, trabalham e necessariamente têm que voltar a Gaza e o portão é fechado novamente e é também, claro, um campo de extermínio, com três características que nunca existiram em nenhum campo de concentração.

Primeiro que é o mais longevo da História. Segundo, é o único campo de concentração em que a população se reproduz dentro dele para cumprir objetivos de médio e longo prazo para o dono do campo de concentração, que é Israel, o enclave colonial chamado Israel, e o terceiro é que, além de ser um campo de extermínio, ele é um campo de testes.

Portanto, ele é análogo ao nazista. Trata-se de um Holocausto programado, trata-se de da eliminação programada, planejada em execução metódica. É diante disso que nós estamos, e este é o escândalo que eu acho que todos nós deveríamos aceitar o desafio de encarar e superar.

A tentativa de Israel de deslocar toda uma parte da população que saíssem das suas casas, caso elas não saíssem, seriam bombardeadas. Ou mesmo o incentivo à remoção de toda a população que hoje vive em Gaza, sinalizando ida para o Sinai ou outros lugares, deixa nítido o objetivo da guerra.

Nós estamos diante de um projeto continuado de limpeza étnica que precisa da supremacia judaica, portanto demográfica, em toda a Palestina. Voltando ao fiasco que é feito na ONU, tal qual o Colin Powell apresentou um desenho de criança de três anos e disse que ali tinha armas nucleares ou armas de destruição em massa no Iraque, por sua vez, o Netanyahu apresentou há poucas semanas atrás, também na mesma assembleia geral da ONU, um mapa da Palestina sem a Palestina.

Ocorre que eles têm uma lei aprovada em 2018. Lei básica de Israel como Estado nação do povo judeu, no item um princípios básicos, essa lei diz o seguinte, na letra é c do item um. A realização do direito à autodeterminação. Bem, vejam a importância da autodeterminação nacional no Estado de Israel, consequentemente, só os judeus têm direito à autodeterminação desse território.

E a Palestina? Aí vamos ao item 7 dessa lei. Que é o assentamento judaico, diz assim: o Estado vê o desenvolvimento da colonização judaica como um valor nacional e deve agir para incentivar e promover o seu estabelecimento de consolidação. Aí você entende o que está acontecendo na Cisjordânia, esses colonos extremistas que de 170 mil mais ou menos em Oslo, agora são quase 800 mil, e porque existem estradas exclusivas?

Isso está combinado com um dado fatal para o projeto sionista e supremacista judaico. Na Palestina histórica, que eles tentam tirar do mapa, tem mais não judeus que judeus, 200 mil a mais. Bom, Israel precisa imediatamente de uma limpeza étnica total. Mas tem condições de fazer? Não necessariamente. O que que eles precisam necessariamente? ter maioria judaica dentro desta geografia para dizer, nós somos maioria aqui.

Eles precisariam, neste momento, na pior das hipóteses deles, eliminar uns 500 mil palestinos para voltar a ter o que eles acham que seja um equilíbrio demográfico? Em favor de maioria judaica, isso pode ser promovido expulsando massivamente essa população. De Gaza destrói o norte, ocupa o norte, declara aquilo como uma soberania relativa, porque é uma área necessária para a segurança nacional de Israel.

Porque foi a partir dali que foram atacados no discurso dele, atacados como o fizeram no Líbano em 82, quando ocuparam o sul do Líbano. Uma faixa de 20km dizendo como faixa de segurança. Então essa é uma soberania no mínimo relativa, que os Estados Unidos vão reconhecer. Então você deslocou toda essa população para sul e essa população vai ficar mais concentrada, mais miserabilizada e vai tender uma parte dela a querer sair ou precisar sair.

Com isso, o polígono territorial vai se encontrar com o marítimo nesta parte da costa e ali está a reserva gasífera da Palestina nas costas de Gaza, que tem potencial econômico entre US$ 500 bilhões (cerca de R$ 2,5 bi) e US$ 900 bilhões (R$ 4,5 bilhões). Obviamente, vai ser explorada pelos EUA em associação com Israel e os palestinos não terão um tostão disso.

Claro, esse papo furado é para que isso se dê mais rapidamente, ou seja, sai e não volta, porque quem controla as saídas e entradas de fato é Israel. Essa população não voltará e quem diz isso? Os sionistas de esquerda, em parte em parte humanitariamente quem são os sionistas de esquerda? Bem, são os caras que executaram o projeto colonial e de extermínio do povo palestino. E o de longa duração é esse que já dura desde 1896.

Qual papel da mídia alternativa neste momento?

Fundamental, porque talvez nem pudéssemos ter uma entrevista como esta aqui se não fosse a mídia alternativa. O funcionamento da propaganda de guerra é muito mal compreendido. Ela tem vários papéis, aqueles que são clássicos, quando você vai estudar comunicação ou eventualmente alguma coisa ligada à guerra, é preciso entender a propaganda de guerra. Ela vai demonizar o outro lado, transmitir meias verdades.

Ela vai transmitir mentiras, ela vai ser fundamentada como ações de uma dada força bélica, tudo isso faz parte da propaganda de guerra, bem como, claro, enganar a opinião pública do próprio país. Tudo isso é propaganda de guerra, está sempre em vigor, mas ela tem aspectos modernos e que a gente poderia remontá-los. Há dois momentos importantes e este é o terceiro.

O primeiro, uma situação de hiperpotência querendo determinar tudo no mundo e ser xerife do mundo, então ali se inaugura um determinado tipo de propaganda de guerra. Vamos chamar dizer que o Iraque tinha armas de destruição em massa. Aí começa tudo com o fim da guerra Irã, Iraque e o início do erro histórico do Saddam Hussein, de ingressar no Kuwait.

Então, ali, a partir da situação Iraque, Kuwait os Estados Unidos inauguram a sua narrativa. De perseguir o que eles chamam estados bandidos e começa ali. Então esse é um momento dessa nova propaganda de guerra? O segundo momento é Iraque de novo (2003), quando um ministro responsável estadunidense, o Colin Powell, no caso foi lá, apresentou um desenho que você não apresenta nem no primário de uma escola municipal do interior do país, o Colin Power, na ONU, e aquilo serviu de verdade para atacar o Iraque.

Quais outras forças, além do Hamas, que estão atuando nesse momento?

A cena Palestina passa a ter as condicionantes a partir da primeira Intifada [1987-93]. Mas em decorrência da imposição da primeira Intifada, e que tem um caldo político anterior, a Irmandade Muçulmana, que sempre foi avessa à ideia de Estados nacionais, porque acredita que isso atrapalharia o desejo divino de ter uma grande comunidade dos crentes, ou seja, o Estado nação seria quase que uma apostasia, porque dificultaria isso.

É a partir da primeira Intifada que é iniciada no campo de refugiados em Gaza, de Jabalya, que tem, aliás, apenas 1.4 km². E que tem uma densidade demográfica de 90 mil habitantes por quilômetro quadrado, foi atacado duas a três vezes, na verdade, com a intenção genocida. Só para vocês terem uma ideia, estou em Brasília, mas estava esses dias na Vila Mariana, em um lugar ali e eu peguei o dado da Vila Mariana, que é um bairro muito populoso em São Paulo, a Vila Mariana tem quase 9 km². O campo de Jabalya tem só 1,4. E a densidade demográfica? Da Vila Mariana é de 15 mil habitantes por quilômetro quadrado.

Veja o que Israel fez em Jabalya. Bom, ali nasceu, portanto, a primeira Intifada. É a partir daquele momento histórico que nasce. O Hamas se torna uma organização política implicada na resistência Palestina, até então, não era. A resistência Palestina acontece há muitos anos.

De toda a sorte, a cena Palestina muda um pouco mais a partir de Oslo, porque daí há a favor e contra Oslo e o Hamas se coloca contra Oslo. E não é esta apenas a força (crítica ao acordo).

Quais as saídas? Os acordos de Oslo e a solução de dois estados ainda são viáveis?

Israel sempre quis que a Palestina não fosse viável territorialmente, socialmente ou politicamente. Em 2005, acontece uma eleição presidencial devido à morte do Arafat por assassinato (envenenado) com polônio. Em 2005 tem eleição presidencial e vence o Hamas.

Venceu o Al Fatah por causa da força moral, política histórica do Arafat. Que, indiscutivelmente, esteve acima de todos os demais atores da cena Palestina. Em 2006 tem eleição legislativa.

Veja, há uma inflexão totalmente é contrária à realidade anterior, porque Oslo começa a fracassar em 2000,  Israel faz fracassar Oslo.

Oslo começa a ser destruída com o assassinato do Itzak Rabin, um pouquinho mais de 2 anos depois da assinatura de Oslo, que é de setembro de 93, o Itzak Rabin é assassinado em novembro de 95. No ano de 2000 teria que começar a discutir o status final. Fronteiras definitivas, Jerusalém, refugiados e outras coisas mais. Porém, começa a ser destruído o Oslo, com a chegada do Ariel Sharon, começa a colapsar.

E o Netanyahu também é ator nisso tudo. Em 2006 é eleita, tem uma eleição legislativa. Chamar-se aliados fazem maioria, Hamas constitui um governo, que teria o direito de constituir. Foram eleitos e o autoproclamado Ocidente, Estados Unidos à frente, não aceita este governo.

Ou seja, os palestinos não podem eleger quem eles querem e constituir um governo, seja ele qual for. O Likud, que é descendente dos nazistas euro-judeus, aí pode? Na Palestina, então, é constituído um governo de coalizão em 2007.

Entre Hamas e outras forças?

E este governo é nomeado pelo Abbas, que é o presidente da Palestina. Misteriosamente, em 2007, acontece uma reviravolta em Gaza. E misteriosamente, Gaza é bloqueada. Isso é mera coincidência? Não pode ser mera coincidência.

De la pra cá, muitas coisas ruins aconteceram. Essa divisão territorial, a divisão política e a ausência de uma governabilidade para todos os palestinos. Nós clamamos por unidade nacional, um governo de salvação e de emergência que una todas as forças palestinas. As forças fundamentais seguem sendo Fatah, que obviamente tem divisões internas, e o Hamas, que de tempos em tempos ganha ou perde, dependendo do momento histórico, bem e tem ainda mais forças que estão há mais tempo na cena que seriam definidas como a esquerda palestina.


Cidade de Gaza registra fumaça e fogo na noite desta sexta-feira, causados pelos bombardeios intensos de Israel / Yousef Hassouna / AFP

 

Fonte: BdF Paraná

Edição: Pedro Carrano