Netanyahu no TPI

Turquia indicia Netanyahu no Tribunal de Haia acusando líder de Israel de genocídio em Gaza

Após romper contatos com o primeiro-ministro israelense, Turquia lança acusação oficial no Tribunal Penal Internacional

Rio de Janeiro |
Líder turco já havia rompido contatos com Israel em meio ao massacre contra palestino em Gaza
Líder turco já havia rompido contatos com Israel em meio ao massacre contra palestino em Gaza - Foto: Koze Ozan/AFP

A Turquia indiciou oficialmente o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, com uma ação judicial no Tribunal Penal Internacional (TPI) nesta terça-feira (14). O país acusa o líder israelense de cometer genocídio na Faixa de Gaza

A informação foi divulgada pelo advogado do Partido da Justiça e Desenvolvimento, Burak Bekiroglu, um dos três iniciadores da petição. O documento está atualmente sob consideração pelo Ministério da Justiça turco.

Segundo o advogado do partido governista, o pedido deve chegar ao TPI no máximo na próxima semana.

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"Notificamos detalhadamente os crimes cometidos para que o Ministério Público do TPI possa tomar medidas. Não sabemos se [Netanyahu] poderá apresentar uma ação de resposta com base nos resultados da investigação. Mas qualquer protesto internacional ou pressão judicial irá abrandar a violência contra bebês, mulheres, crianças e todos os civis sujeitos ao genocídio, e trará alívio a estas pessoas indefesas", disse ele, citado pela agência Itar-Tass. 

O advogado do Partido da Justiça e Desenvolvimento no poder na Turquia, Metin Külünk, publicou a primeira página da reclamação na rede social X (antigo Twitter) e esclareceu que o documento contém um total de 23 páginas. O texto exige que o Ministério Público recolha provas dos crimes de Netanyahu contra o povo palestino para depois iniciar um processo criminal contra o político e outros perpetradores.

Segundo a Agência Anadolu, a petição também observou que Netanyahu "cometeu crimes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade diante do mundo inteiro". Além disso, o primeiro-ministro israelense "não hesita em usar armas proibidas pelo direito internacional".

Anteriormente, em 11 de Novembro, o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan disse que a posição silenciosa dos estados ocidentais que apoiam Israel no conflito na Faixa de Gaza é uma expressão de covardia e falta de consciência.

Já em 4 de Novembro, Erdogan anunciou a sua recusa em manter contatos com Netanyahu em meio às operações militares em curso na Faixa de Gaza. O líder turco ressaltou que o primeiro-ministro israelense já não é uma pessoa com quem a Turquia possa conversar.

Edição: Leandro Melito