Mal súbito

Moraes pede informações 'detalhadas' sobre morte de réu do 8 de janeiro na Papuda

Cleriston Pereira da Cunha estava preso preventivamente por participar dos atos golpistas de 8 de janeiro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Moraes pediu uma cópia do prontuário médico e o relatório médico dos atendimentos recebidos por Cleriston durante a custódia - Carlos Moura/SCO/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pediu explicações sobre o falecimento de Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília (DF).  

Cunha, que estava preso preventivamente por participar dos atos golpistas do 8 de janeiro, teve um mal súbito durante o banho de sol, na segunda-feira (20), segundo a administração da unidade prisional. À Direção do Centro de Detenção Provisória II, Moraes pediu informações detalhadas sobre o óbito. 

“Tendo em vista a notícia sobre o falecimento do réu CLERISTON PEREIRA DA CUNHA (protocolo STF nº 129.097/2023), OFICIE-SE, com urgência, à Direção do Centro de Detenção Provisória II, requisitando-se informações detalhadas sobre o fato, inclusive com cópia do prontuário médico e relatório médico dos atendimentos recebidos pelo interno durante a custódia”, escreveu o ministro em despacho.  

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De acordo com a juíza Leila Cury, responsável pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Cleriston passou mal por volta das 10h. Imediatamente, o Samu e o Corpo de Bombeiros teriam sido acionados, chegando 18 minutos depois. Os profissionais chegaram a fazer a reanimação cardiorrespiratória, mas sem êxito.

Cury informou, em comunicado ao STF, que o preso recebia “regular atendimento médico”, como remédios controlados para diabete e hipertensão, além de acompanhamento de equipe médica.

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Em abril, durante a sustentação oral do recebimento da denúncia contra Cleriston, seu advogado, Bruno Azevedo de Souza, informou que o acusado apresentava um quadro de vasculite de múltiplos vasos e miosite – inflamação nos músculos – decorrente da covid-19. "Ele já sofreu graves danos e grandes sequelas em razão da covid-19", disse o advogado, na época. 

Cleriston foi preso em flagrante no dia 9 de janeiro. Mais tarde, a prisão foi convertida em preventiva sob a acusação de associação criminosa armada, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. 

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Edição: Vivian Virissimo